terça-feira, 31 de março de 2009

O Rio não merece


Ainda sobre a guerra suja do Rio, em que traficantes, milícias e tropas do estado disputam o espaço urbano, tendo uma população de milhões de cariocas no meio, é fundamental que os governos reconheçam que a crescente favelização do Rio é componente fundamental para o estado crítico a que chegamos. Pouca gente se deu conta ou insiste em não enxergar que a falta de uma política habitacional para baixa renda é, se não o maior, um dos principais fatores para a desordem urbana, que tem na violência uma de suas consequências.

Na verdade, a cumplicidade tolerante de alguns governos para com as invasões e construções irregulares resultou em complexos inexpugnáveis em praticamente todos os bairros da cidade. São labirintos de previsíveis consequências de degradação ambiental, que contribuíram para o atual estágio de caos social. São populações inteiras sob o julgo de gangues, que cresceram com a complacência e até parceria do Estado, que insiste em tratar a violência pública unicamente como assunto de polícia.

É preciso atentar também para as políticas inicialmente postas em prática, em passado recente, para transformar favelas em bairros, que acabaram por multiplicar e institucionalizar a desordem urbana. Basta ver o que aconteceu com históricos e bucólicos bairros dos subúrbios da Central ou da Leopoldina, que se transformaram em bairros-favela, tal o graude degradação e abandono que atingiram, por causa de posturas no mínimo demagógicas de autoridades egocêntricas e populistas.

Na verdade, tais políticas só serviram a grupos de oportunistas que comercializam e sobrevivem das carências e ignorância das massas, supervalorizando migalhas assistencialistas, num primeiro momento simpáticas, mas que, na verdade, eterniza a acomodação de quem só tem a esperança por salvação.

Aliás, pouca gente se deu conta que talvez esteja sendo preparado o terreno fértil para aventuras pouco ortodoxas sob a bandeira de se resgatar a justiça social. Sabemos que os primeiros passos para tal consistem na desmoralização das instituições juntamente com incentivos à tensão social, práticas estas que já fazem parte do nosso cotidiano há tempos.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Quando reagiremos?

Sobre o mais recente episódio de violência no Rio, onde cerca de 100 bandidos fortemente armados cruzaram a Zona Sul para combater facção criminosa rival, o que mais me assusta é que estas ações de guerra de tão rotineiras estão fazendo com que a população já não se assombre mais com elas.
Depois dos combates, do horror, do choro das vítimas inocentes, das explicações e desculpas esfarrapadas das autoridades, a vida segue no dia a dia trivial, sem culpas. Por que será? A indignação só é momentânea? Gente, que é isso? Só somos solidários na dor quando esta entra em nossas casas?
Gente, para mim fica a verdade de que perdemos a sensibilidade de reagir e mudar. Não é possível que continuemos na passividade do horror mórbido em conta-gotas a cada espetáculo televisivo de tiros e bombas. Temos filhos e, mesmo assim, não nos achamos responsáveis por este estado de coisas. Mobilização só de meia dúzia não provoca mudança alguma.
Temos eleições de dois em dois anos e, mesmo assim, os problemas de violência continuam os mesmos nas cidades. E, agora, atingindo também o interior com ação de bandidos, que estão saqueando cidades inteiras, como antigo velho oeste. Ate quando?

domingo, 22 de março de 2009

H2O

Apesar deste 22 de março ser dedicado ao Dia Mundial da Água, data esta que deveria ser de reflexão sobre como estamos tratando este recurso, o que se vê na realidade é o puro descompromisso para com a preservação. E a culpa é de todos; sociedade poder público. Pelo lado das autoridades, os investimentos ainda são feitos na idéia de que a água pura é inesgotável na natureza. Também ainda não há o compromisso pelo saneamento para a maioria das populações, pois não dá visibilidade para o "gestor público".
Por mais leis que criamos, no sentido do melhor uso da água, estas não são implementadas por pura omissão das autoridades em fazê-las ser cumpridas. Exemplos, temos muitos, mas cito uma que, com certeza, contribuiria em muito na economia de água. Trata-se da lei que obriga que novas construções tenham redes de captação de água da chuva, onde este produto poderia ser utilizado em trabalhos de limpeza, deixando a água tratada para uso no preparo de alimentos e pessoal.
Pelo lado da sociedade, ainda falta-nos cosncientização na hora em que abrimos as torneiras ou varremos as calçadas com esguicho das mangueiras. Realmente, neste Dia Mundial da Água o que menos se vê é o compromisso pela preservação. Aliás, todos nós só nos damos conta de sua importância quando há falta d'água. Que o despertar de nossa obrigação pela preservação da água não chegue tarde demais. Água é vida. Sem água não há vida.

quarta-feira, 18 de março de 2009


A determinação da equipe econômica em mudar as regras da caderneta de poupança vai prejudicar principalmente os mais pobres, que só têm neste tipo de investimento a única forma de proteger seu dinheirinho da inflação.

A justificativa de que, com a queda dos juros, outros investimentos perdem atrativo junto à poupança não serve como argumento para mudar as regras da poupança.

Talvez, a verdade seja o medo do governo em perder arrecadação, pois se todos os graudos mudarem para a popupança, que é isenta de impostos, o governo deixa de arrecadar com os tributos que incidem sobre os fundos, principal destino do dinheiro dos que têm mais para investir.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Deixem o dinheiro dos aposentados em paz

Depois de negar a realidade, ao ignorar a gravidade da crise econômica que abala o mundo desde o ano passado, a equipe econômica vem adotando algumas medidas para atenuar os efeitos desta crise. Essas ações têm sido desde incentivos fiscais a industria automotiva até ao aumento dos gastos públicos. Tudo para não parar o País, como é obrigação do governo.

Mas tem uma medida, que deve entrar em vigor nos próximos dias, que atinge aposentados e pensionistas, que, para mim, pode se transformar em dor de cabeça para as famílias que dependem destes benefícios. Com o intuito de aumentar o consumo, a equipe econômica, através do INSS, quer ampliar de 20% para 30% a parcela do benefício que o aposentado ou pensionista pode comprometer com crédito consignado.

Nada contra, se a medida não impusesse à reboque, riscos à saúde financeira das famílias, que tem nos proventos de aposentadoria ou pensão única fonte de renda. É que, segundo dados oficiais, devido justamente a esta “facilidade do crédito consignado”, muitos perdem o controle sobre seus gastos. Ou seja, uma medida, embora inicialmente bem intencionada, acaba pondo em risco o equlíbrio financeiro das famílias de aposentados e pensionistas. Não se pode fazer deste crédito consignado política pública de salvamento da economia. Para mim, é muita irresponsabilidade.

Se desejam realmente incentivar o consumo, que baixem os impostos e os juros extorsivos dos empréstimos bancários. Baixem também os preços dos serviços públicos, que são controlados pelo governo. Não é avançando sobre o dinheiro do aposentado, que iremos salvar o mundo. Deixem em Paz os aposentados!

domingo, 8 de março de 2009

Mulher brasileira em primeiro lugar!



Neste Dia Internacional da Mulher, a realidade atual da mulher brasileira está mais para reflexão do que para comemoração. Pois, ainda são muitos os casos de violência e discriminação, que nos mostram o quanto ainda temos que avançar para chegarmos a verdadeira justiça social. Sabemos que a sociedade nos cobra mais, por enxergar apenas virtude em nossos atributos físicos, duvidando, muitas vezes, de nossa capacidade de decidir.
Não nego os avanços, mas apesar de sermos cientistas, artistas, administradoras, a sociedade ainda usa dois pesos e duas medidas na hora de mensurar nosso trabalho. O que reclamamos não são privilégios, mas, sim, igualdade nas oprtunidades e no reconhecimento de que somos parceiras e não concorrentes por um mundo melhor. Não queremos ser apenas coadjuvantes neste processo.
É nisto que acredito, ou seja, de que homens e mulheres partilham da mesma responsabilidade no desenvolvimento da humanidade, cujos sentimentos de amor solidário independem de gênero. Salve você, mulher brasileira!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Abaixo a discriminação pela idade


Deu em um telejornal que os corretores da maioria dos planos de saúde não ganham comissão quando vendem para clientes acima de 58 anos. A justificativa é de que os idosos causam prejuízo financeiro às empresas. O pior é que essa desculpa discriminatória é dada sem nenhum constrangimento ou arrependimento. É como se a saúde das pessoas com mais idade fosse algo descartável, onde esta responsabilidade só caberia ao caótico setor público.

Independente da ação bárbara de discriminação pela idade, a verdade é que, há muito, a saúde deixou de ser um sacerdócio ou uma obrigação de estado para se tornar apenas um negócio como outro qualquer, onde o que menos importa é a promoção da saúde e, sim, a perpetuação das doenças, que acabam por financiar a boa vida de alguns.

Só que agora a rede privada também está caótica, pois os lucros exorbitantes não tiveram destino de melhorar os serviços. E o que se vê hoje são filas, reclamações de atendimentos, enfim, os mesmos problemas que acontecem todos os dias nos hospitais públicos.

As razões para tal situação são muitas, mas recordo que o colapso da rede pública – referência mundial no passado – foi acontecendo ao mesmo tempo em que os planos foram surgindo e se fortalecendo. Parece que foi proposital.

A saída para mim é promover prioritariamente políticas públicas de recuperação das redes de saúde, fazendo com que os médicos voltem a tomar gosto pelo juramento que fizeram, pois até eles acabaram como vítimas ou reféns das empresas. Salários e condições dignas deveriam ser as primeiras providências junto com a despolitização que ainda acontece em vários níveis.

Depois, incentivar a prevenção como fundamento para qualidade de vida e manutenção da saúde, estabelecendo prioridades em políticas públicas neste sentido. Acho que só assim damos os primeiros passos no sentido de impedir os gananciosos de continuar comercializando a saúde do povo.

domingo, 1 de março de 2009

Rio, 444 anos

Meu Rio de todos

Oh! Meu Rio de Janeiro
de todas as raças,
de todos os credos,
de todas as cores,
que pintam a alegria
de todos nós que amamos
este modo carioca de viver a vida.


Oh! Meu Rio de Janeiro,
onde Deus brindou em molduras naturais
tuas montanhas, tuas praias e tuas florestas,
que tua brisa continue a soprar
amor e magia, que ti fazem superar tuas adversidades.


Oh! Meu Rio de Janeiro
Obrigado por teu calor, por teu suor.
Obrigado por teu encanto, que nos faz ver poesia
inclusive em tuas mazelas.
Obrigado Rio, por ser de todos nós!


Cristiane Brasil