quinta-feira, 29 de julho de 2010

Terceira idade se emprega no Censo

Eles têm cabelos brancos, experiência, paciência, credibilidade. É a turma da terceira idade, acima de 60 anos, que vai trabalhar no Censo 2010 do IBGE. A partir do próximo domingo, esses recenseadores vão se juntar aos mais jovens para visitar 58 milhões de domicílios brasileiros. Uma oportunidade de emprego temporário para aposentados e pensionistas, que poderão ganhar uma renda extra durante os três meses de duração da pesquisa. Vão receber em média R$ 800, mas, além do dinheiro, o que eles querem mesmo é ocupar a mente, conhecer pessoas, enfim, ter novas experiências. No total são 230 mil pesquisadores no Brasil. Em todo o país, 2.678 recenseadores com mais de 60 anos vão arregaçar as mangas para colher os dados do Censo 2010. Cinco selecionados têm mais de 80 anos. Os mais idosos com 87 anos vão participar do Censo em São Paulo e Goiânia.
Fonte: Diário de Pernambuco

terça-feira, 27 de julho de 2010

O amor não tem idade

Após namoro em asilo, idoso de 97 se casa com noiva de 87

Henry Kerr, de 97 anos, se casou com a namorada, Valerie Berkowitz, de 87 anos, após cortejá-la durante quatro anos. Os dois se conheceram em um asilo no bairro de Golders Green, no norte de Londres, e se casaram em uma cerimônia no local no domingo.

O casamento foi seguido por um chá para 80 convidados. Kerr disse que, quando pediu a mão de Valerie pela primeira vez, ela "caiu em uma gargalhada histérica". Mas ela aceitou quando Kerr disse que não pediria novamente.

A idade combinada dos dois é de 184 anos. "Quando estava no meio dos meus 90 anos, descobri que estava olhando para essa mulher jovem, e estava atraído por ela", disse Kerr. "Pensei comigo, "Que ridículo, como ela poderia reagir a um coroa bobo como eu"? "E bem casualmente, um dia eu disse a ela, mais por curiosidade: "O que você responderia se eu a pedisse em casamento"? "Ela caiu em uma gargalhada histérica, colocou a cabeça na mesa e riu até que lágrimas correram em seu rosto."

Valerie disse que se rendeu aos flertes de Kerr, que incluíram poesia. "Quando ele me disse, depois de me pedir em casamento todos os dias, que não pediria novamente, eu decidi que iria aceitar", disse ela.

Kerr, que se descreve como jovem de coração, disse que era importante casar para acabar com as fofocas. "O que me dá prazer agora é as pessoas não dizerem mais: 'Eles estão vivendo juntos, eles estão dormindo juntos".

O casal começou a lua-de-mel com uma caminhada no jardim do asilo.

Fonte: Jornal O Estado de SP

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vejam que legal!

Os disc jockeys sessentões
Por Rodrigo Turrer
Quem são os vovôs e as coroas que adoram música eletrônica e frequentam o primeiro curso para DJs da terceira idade do Brasil
Professor de relações internacionais com doutorado em história econômica pela Universidade de São Paulo (USP), o chileno Rodrigo Ruiz, de 63 anos, segue o figurino-padrão de seus colegas de ofício. Camisa social por dentro da calça de sarja, óculos discretos, sapatos pretos bem lustrados, uma malha de lã cáqui jogada sobre os ombros e uma pasta de couro preta nas mãos. É com essa roupa que ele dá suas aulas – e é também assim que ele chega, uma vez por semana, ao curso em que aprende os macetes para animar uma pista ao som de... música eletrônica. Isso mesmo. Ruiz é um dos alunos da primeira escola de disc jockeys para a terceira idade, no centro de São Paulo.
Quando está no comando dos toca-discos (ou pickups, como se diz entre os DJs), ele jamais põe para tocar um disco de tango, salsa ou bolero. Ruiz só tem ouvidos para as batidas que se ouvem em festas rave. “Eu sou louco por tecno e house. É demaissss!”, diz, com um sotaque que sobrevive aos 32 anos vividos em São Paulo.
O curso para DJ que Ruiz frequenta é exclusivo para pessoas acima de 50 anos. “Muita gente dessa faixa etária vinha na escola perguntar se tinha curso para DJ”, afirma Lisa Bueno, DJ há 13 anos, coordenadora do curso em sua escola, e-djs. “Quando o Rodrigo me procurou, estava até disposto a fazer aulas particulares. Como a demanda cresceu, decidi criar o curso especial, para que os alunos mais velhos não ficassem desconfortáveis ao lado dos jovens”.
Em três meses do curso, com aulas semanais de uma hora e meia, Lisa fica à frente dos pickups para mostrar o que faz um DJ. Ela prepara os alunos para lidar com equipamentos como o equalizador, que permite melhorar o som balanceando as diferentes frequências da gravação, e o mixer, usado para fazer a passagem de uma faixa para outra sem que um corte seco, ou um “buraco”, as separe. Para isso, Lisa mostra a importância de sentir a batida das músicas e sincronizá-las. Enquanto dá uma geral em todas as vertentes eletrônicas, ela ainda traduz os termos usados pelos DJs, a maioria em inglês. Suas aulas para a terceira idade só não ensinam a fazer scratch, aquele movimento de vaivém com as mãos sobre o disco de vinil que costuma ser o ponto alto de muitas apresentações, dependendo da habilidade do DJ. “Isso é para um nível avançado”, diz. Os alunos podem levar a música que quiserem. Ninguém tira do baú os vinis de Julio Iglesias, Lucho Gatica ou Ray Conniff. “Eles são bem modernos, uns trazem funk, outros jazz, mas em geral é house e eletrônico, mesmo”.
A escolha surpreende ainda mais quando se leva em conta o perfil dos alunos. Na primeira turma há uma dona de casa que se matriculou em solidariedade ao filho (ele quer ser DJ, mas enfrenta a resistência do pai). Outra senhora, fascinada por música desde a infância, quer cantar jazz e mixar as próprias músicas. Rodrigo Ruiz faz parte dos apaixonados por tecno. Com seus fones de ouvido, ele comprime os olhos ao sincronizar a batida das músicas, enquanto dobra os joelhos no ritmo do que ouve. “Sente esse som!”, diz, com o volume no máximo. Quando terminar o curso, ele pretende comandar apresentações próprias em um show pouco convencional: “Quero sincronizar música e iluminação na batida, acho irado!”, afirma, usando uma linguagem inesperada para um mestre em relações internacionais.
Para realizar seu ambicioso projeto, Ruiz comprou todo o aparato necessário para treinar em casa: pickups profissionais, aparelho para mixar e caixas de som enormes. Antenadíssimo, ele garimpa seu repertório em 300 estações de rádio da internet e usa algumas em suas mixagens caseiras. Quinzenalmente, grava coletâneas de seus sons para as quatro netas, que moram no Chile. “Elas recebem e adoram, me incentivam”, diz. Sua mulher, de 55 anos, é menos receptiva ao entusiasmo do marido DJ. “Quando começo a tocar, ela reclama. Até já conheço a desculpa: diz que está com dor de cabeça”, afirma. “Sei que ela gosta mais de samba e de bolero, mas eu acho cafona”.
O marido da artista plástica Ângela Lelia Vela, de 53 anos, também não é chegado ao som bate-estaca que a mulher põe para tocar nas aulas. Mas achou natural quando ela comunicou que faria o curso. “Ele se acostumou comigo, sabe que eu gosto de um agito”, diz Ângela. “Eu curto esportes radicais, rafting, trilhas, vou a cavernas caçar morcegos com minha filha bióloga. Meu sonho é escalar o Everest”.
Fã de todos os tipos de música, Ângela “pirou” no eletrônico depois de uma festa em que acompanhou as filhas, há quatro anos. “Fui a uma rave com elas e achei incrível, era empolgante.” Encantada com o batidão, Ângela quis aprender a comandar os pickups, por puro divertimento. Teve de desistir pela falta de cursos. Procurou de novo meses atrás, quando conheceu a DJ Mammy Rock, ou Ruth Flowers, uma senhora inglesa de 69 anos que lançou um álbum eletrônico e lota discotecas em apresentações pela Europa. “Ela é a prova de que música é a maior adrenalina, rejuvenesce”, afirma Ângela. “Tem gente que diz que quero me achar jovem, mas são uns caretas. Acham que a gente envelhece e vira mosca-morta. Eu não”.

Fonte: Revista Época

domingo, 25 de julho de 2010

A terceira idade cria chances para cuidadores

Envelhecimento da população valoriza tarefa que, há pouco tempo, era realizada pelo empregado doméstico. Com qualificação e regulamentação, profissão atrai candidatos
POR LEILA SOUZA LIMA

Rio - O número de idosos vai dobrar em 20 anos no País, segundo dados do IBGE. Em 2008, o total de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil era de 21 milhões. O Rio de Janeiro é capital nacional da terceira idade, com 14,9% da população acima dessa faixa. Diante dessa realidade, especialistas apontam o cuidador de idosos como uma das profissões mais importantes do futuro. Em geral, eles ganham a partir de R$ 1 mil mensais, em casa de classe média, dormindo no emprego de segunda a sexta ou em plantões. Mas é preciso mais que preparo técnico — a profissão exige entrega maior do que em muitas outras ocupações.

A área se tornou tão importante que levou o governo federal a implementar o Programa Nacional de Formação de Cuidadores de Idosos, executado por escolas técnicas do Sistema Único de Saúde de todo o País. “Não é necessário ser enfermeiro. É uma ocupação de livre exercício. Mas é recomendável se qualificar nos conhecimentos básicos, na saúde e nos direitos do idoso, além das atividades diárias, como higiene, alimentação, vulnerabilidade e segurança”, explica Daniel Groisman, coordenador do curso oferecido em parceria pelos ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, na Fiocruz.
EMPREGOS APÓS OS 40

A profissão foi criada pelo projeto de Lei 6.966/06, que prevê que esse profissional presta ajuda domiciliar a pessoas que não podem realizar tarefas cotidianas básicas. A regulamentação está em andamento. Na prática, patrões contratam pelo regime do empregado doméstico, com os mesmo direitos. É o que caracteriza o emprego de Magna Samuel, 46 anos, que cuida de uma senhora e faz serviços domésticos. Após viver com os pais por quase toda a vida, ela tornou-se independente quando passou a prestar assistência. “Tive alguns empregos, mas fiquei muito tempo parada. Então, fiz um curso e passei a cuidar de uma senhora. Gosto muito do que faço. A pessoa não pode forçar a barra para trabalhar nessa área”, ensina Magna.

Fonte: Jornal O Dia

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Triste realidade...

Confira matéria publicada em nesta quinta-feira, 22/07/2010, no Jornal do Brasil.

Aumento dos soropositivos com mais de 60 anos preocupa especialistas
O sensível crescimento do número de soropositivos com mais de 60 anos de idade previsto para os próximos anos representa um desafio médico e social dadas as dificuldades de vários tipos, em particular as financeiras, que devem ser enfrentadas por essas pessoas. O tema se torna cada vez mais preocupante à medida que a primeira geração de soropositivos está se aproximando dos 60 anos graças ao uso de antirretrovirais.

Esses pacientes vivem principalmente em países ocidentais, nos quais foi colocado à disposição este tipo de terapia a partir de 1996. A eles se somarão dentro de alguns anos milhões de pessoas que vivem em países pobres e nos quais o uso de antirretrovirais teve início apenas em meados da década passada.
A Aids ficou conhecida em 1981. Antes de serem desenvolvidos os tratamentos com antirretrovirais, os soropositivos no geral terminavam ficando doentes dentro de uns dez anos e morriam um ou dois anos depois disso.
Para muitos dos soropositivos que agora estão chegando a idades mais avançadas, viver com o HIV provavelmente acarretará problemas médicos, solidão e dificuldades financeiras, segundo uma palestra durante a Conferência Internacional sobre a Aids em Viena.
"Sempre houve soropositivos mais idosos, mas agora são muitos mais, e isso poderá ter enfoques novos em termos de saúde pública", estimou o diretor da ONUAids, Gottfried Hirnschall.
"Envelhecer com o HIV é mais que um desafio clínico, é também um desafio social, que não se deve limitar a uma parte do mundo", acrescentou.
Para Lisa Power, da organização de beneficência britânica, Terrence Higgins Trust, apesar de os soropositivos viverem mais tempo do que antes, sua qualidade de vida corre o risco de deteriorar-se.
Essa organização entrevistou 410 soropositivos de mais de 50 anos de idade que residem no Reino Unido. Os mesmos estão geralmente desempregados e têm poupanças inferiores às das pessoas da mesma idade e saudáveis, depois de ter previsto morrer antes de chegar a uma idade tão madura e, por isso, ter poupado menos.
Muitos deles vivem isolados, temem sofrer uma dupla discriminação pela idade e a doença e estão obcecados pelo dia em que serão internado num hospital ou em uma casa para idosos.
Um estudo apresentado por Margaret Hoffman-Terry da organização independente americana American Academy of HIV Medicine inclui números que evidenciam a existência desses problemas.
Nos Estados Unidos, o número de soropositivos de mais de 50 anos de idade passou de 20.000 em 1995 a 120.000 em 2005.
As pessoas com mais de 55 anos têm três vezes mais possibilidades de padecer uma doença crônica que uma pessoa saudável de 70 anos, segundo Hoffman-Terry.
"No futuro, teremos pacientes que viverão décadas a mais e deveremos encontrar a forma com que possam fazer isso com boa saúde", concluiu.
O sensível crescimento do número de soropositivos com mais de 60 anos de idade previsto para os próximos anos representa um desafio médico e social dadas as dificuldades de vários tipos, em particular as financeiras, que devem ser enfrentadas por essas pessoas. O tema se torna cada vez mais preocupante à medida que a primeira geração de soropositivos está se aproximando dos 60 anos graças ao uso de antirretrovirais.
Esses pacientes vivem principalmente em países ocidentais, nos quais foi colocado à disposição este tipo de terapia a partir de 1996. A eles se somarão dentro de alguns anos milhões de pessoas que vivem em países pobres e nos quais o uso de antirretrovirais teve início apenas em meados da década passada.
A Aids ficou conhecida em 1981. Antes de serem desenvolvidos os tratamentos com antirretrovirais, os soropositivos no geral terminavam ficando doentes dentro de uns dez anos e morriam um ou dois anos depois disso.
Para muitos dos soropositivos que agora estão chegando a idades mais avançadas, viver com o HIV provavelmente acarretará problemas médicos, solidão e dificuldades financeiras, segundo uma palestra durante a Conferência Internacional sobre a Aids em Viena.
"Sempre houve soropositivos mais idosos, mas agora são muitos mais, e isso poderá ter enfoques novos em termos de saúde pública", estimou o diretor da ONUAids, Gottfried Hirnschall.
"Envelhecer com o HIV é mais que um desafio clínico, é também um desafio social, que não se deve limitar a uma parte do mundo", acrescentou.
Para Lisa Power, da organização de beneficência britânica, Terrence Higgins Trust, apesar de os soropositivos viverem mais tempo do que antes, sua qualidade de vida corre o risco de deteriorar-se.
Essa organização entrevistou 410 soropositivos de mais de 50 anos de idade que residem no Reino Unido. Os mesmos estão geralmente desempregados e têm poupanças inferiores às das pessoas da mesma idade e saudáveis, depois de ter previsto morrer antes de chegar a uma idade tão madura e, por isso, ter poupado menos.
Muitos deles vivem isolados, temem sofrer uma dupla discriminação pela idade e a doença e estão obcecados pelo dia em que serão internado num hospital ou em uma casa para idosos.
Um estudo apresentado por Margaret Hoffman-Terry da organização independente americana American Academy of HIV Medicine inclui números que evidenciam a existência desses problemas.
Nos Estados Unidos, o número de soropositivos de mais de 50 anos de idade passou de 20.000 em 1995 a 120.000 em 2005.
As pessoas com mais de 55 anos têm três vezes mais possibilidades de padecer uma doença crônica que uma pessoa saudável de 70 anos, segundo Hoffman-Terry.
"No futuro, teremos pacientes que viverão décadas a mais e deveremos encontrar a forma com que possam fazer isso com boa saúde", concluiu.
Fonte: Jornal do Brasil

Lei 4658/2007

Confira no link o texto da Lei de minha autoria, promulgada em 2007, que determina o tipo de piso das calçadas e passeios públicos do Rio: http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/contlei.nsf/f25edae7e64db53b032564fe005262ef/66656de2774c1028032576ac007279a8?OpenDocument.

Projeto de Lei nº 401/2005

Confira no link o texto do Projeto de Lei de minha autoria que previa a troca dos pisos das calçadas com pedra do tipo portuguesa por qualquer piso, desde que anti-derrapante e contínuo, nas ruas do Rio, com a justificativa, na íntegra, que apresentei para elaboração do projeto: http://cmrj3.cmrj.gov.br/spldocs/pl/2005/pl0401_2005_007807.pdf.

Esclarecimento sobre a nota "As pedras no caminho", publicada na edição de 22/07/2010, na coluna "Extra, Extra!", do jornal Extra

Cara jornalista Berenice Seara,
Sobre nota publicada em 22/07/2010, no jornal Extra, página 9, na coluna Extra, Extra!, intitulada "As pedras no caminho", cabe esclarecer que a Lei Municipal 4.658, promulgada em 2007, de minha autoria, que estabelece a troca do calçamento de pedras portuguesas em toda a cidade do Rio de Janeiro por piso plano e anti-derrapante, excetuando-se os espaços tombados, como a orla da cidade, tem por objetivo garantir a segurança de pedestres, principalmente idosos. Passar para os leitores a informação distorcida, inverídica e fútil de ser uma lei que visa preservar salto alto é mau jornalismo e, apenas e tão, somente um "achismo" infundado da jornalista que assina a citada coluna. Gerontólogos renomados, como Alexandre Kalache, chefe do programa de envelhecimento e saúde da OMS, e Renato Veras, diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati/Uerj) aprovam a lei e garantem que este é o caminho para tornar o Rio de Janeiro, cidade com maior número de idosos do Brasil, uma cidade acessível e segura a todos os cidadãos, principalmente, aqueles da terceira idade.
Cristiane Brasil
Secretária de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida da Prefeitura do Rio

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Índice de felicidade cresce a partir da terceira idade, aponta estudo

Mais um texto interessante que divido com vocês. Este foi publicado no jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul. Você acredita que a experiência da vida traz mais felicidade?
Um estudo americano sobre bem-estar e felicidade da população traz boas notícias para as pessoas que estão entrando na terceira idade. Pesquisadores concluíram que o sentimento de felicidade se eleva gradualmente a partir dos 50 anos. Dos 18 anos até a meia idade, a sensação de felicidade diminui gradualmente e volta a atingir níveis satisfatórios na faixa dos 80 anos.

A pesquisa, publicada recentemente no Proceedings of National Academy of Sciences, entrevistou um total de 355.334 pessoas, em 2008. As idades variaram de 18 a 85 anos. Os dados mostram que, ao atingir 85, elas estão ainda mais satisfeitas consigo mesmas do que estavam aos 18 anos.

Fatores como estresse, preocupações, felicidade, tristeza e raiva foram avaliados e comparados com a faixa etária de cada pessoa. De acordo com a pesquisa, as experiências negativas e as tensões tendem a diminuir significativamente com o envelhecimento da população.

Entre homens e mulheres foram constatadas pequenas diferenças nos níveis a tristeza, estresse e preocupação, prevalecentes no sexo feminino. Os níveis com quedas mais bruscas são os de estresse e de preocupações. Dos 20 aos 50 anos, o estresse se mantém praticamente estável, com um leve declínio. Depois disso, reduz gradualmente até os 85 anos. As preocupações seguem a mesma tendência, mas diminuem menos do que o estresse.

Inteligência emocional

Os pesquisadores atribuíram os resultados a um provável aumento da inteligência emocional, da sabedoria e a capacidade que as pessoas mais velhas têm de auto-regular suas emoções. As pessoas com mais idade também tendem a recordar menos das memórias negativas em comparação com os adultos e jovens.

Para a professora da Faculdade de Psicologia da PUC-RS, Nadia Marques, o resultado se deve principalmente pelo aspecto emocional. Segundo ela é preciso avaliar outros fatores externos e culturais para construir um cenário que se aproxime mais da realidade.

— A personalidade, a identidade e a autoestima vão se construindo ao longo do tempo. O ser humano vai se conhecendo e vai aprendendo a lidar com frustrações. Com seus recursos pessoais ele vai atingindo na maturidade uma estabilidade psíquica. Talvez tolere mais as frustrações e saiba mais sobre suas limitações — analisa Nadia, que também é coordenadora do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia da PUC-RS.

A especialista acredita que para atingir um bom nível de satisfação pessoal nessa faixa etária (acima dos 50 anos) é preciso saber lidar com o novo, ter criatividade e ser flexível para, se necessário, repensar projetos e buscar alternativas para aproveitar cada momento da vida.
Fonte: Zero Hora

terça-feira, 13 de julho de 2010

A realidade da violência contra a mulher

Impossível deixar de se comover ou mesmo de se revoltar com este caso macabro do goleiro Bruno e sua ex-amante, Eliza Samúdio, cujo desfecho ainda pode revelar muitas surpresas. Mas meu questionamento é para as autoridades, pois, na verdade, trata-se de uma tragédia, há muito, anunciada, já que não é novidade que tanto policiais quanto membros do Judiciário sabiam das ameaças e agressões registradas publicamente pela vítima.

E aí começa uma cadeia de erros e omissões, que acabaram por permitir a série de crimes contra aquela pobre mulher. Dentre os muitos, o mais grave foi a Justiça não autorizar proteção especial para Eliza Samúdio, sob a alegação de que as ameaças e agressões não se deram em ambiente doméstico, o que não configuraria crime de competência da Delegacia da Mulher.

Quer dizer que para que haja apuração, além de olhos roxos, tiros e facadas, a mulher tem que provar elo físico e duradouro com o algoz? Talvez esteja aí, se não o principal, um dos motivos que colocam o Brasil entre os dez primeiros países onde há mais homicídios de mulheres em todo o mundo.

Aqui, uma mulher é assassinada a cada duas horas e violentada a cada dez minutos. Apesar do aumento em 65% no número de denúncias de violência contra as mulheres, a verdade é que os casos ainda são tratados, muitas vezes, com desdém pelas autoridades.

Além do caso Eliza, outros dois de brutal, diria, até mesmo, animalesca violência povoam os noticiários nestas últimas semanas e chocam, seja pela frieza dos agressores ou pelas tentativas de manter a sociedade alheia ao acontecido: refiro-me à advogada Mércia Nakashima, assassinada pelo ex-namorado em São Paulo, e à jovem de 13 anos estuprada pelo ex-namorado, 1 ano mais velho, apenas, e por um amigo dele, de mesma idade, em Santa Catarina. Sem falar no desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro, mistério há dois anos sem solução, e tantos outros que não se tornam de conhecimento público.

Revolta-me mais saber que, muitas vezes, a mulher agredida, violentada, ainda tem que passar por humilhações e deboches ao expor seu drama, o que, muitas vezes, inibe as denúncias e incentiva a violência. Apesar das conquistas sociais, políticas e econômicas da população feminina, ainda estamos presos à era medieval quando o assunto trata da criminalizaçãoão dos atos de violência contra a mulher.

Cabe a todas nós não permitir que tentem nos impor vergonha no lugar de nossa coragem. Pois, todos os avanços até aqui conquistados foram resultado de muita luta, sangue, suor e lágrimas. E coragem não nos falta.

Por Cristiane Brasil
Presidente Nacional do PTB Mulher

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Inflação para terceira idade deve acelerar no terceiro trimestre

Os preços de produtos e serviços utilizados pela terceira idade devem apresentar elevação no próximo trimestre, acredita o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Com isso, a tendência de que a inflação para o idoso, medida pelo índice de preços ao consumidor da terceira idade (IPC-3i), supere a média geral da população, registrada no IPC-Brasil, deve ser mantida.

No primeiro semestre deste ano, o IPC-3i foi de 3,67%, enquanto no mesmo período do ano passado havia sido de 2,68%. No acumulado em 12 meses, a inflação do idoso registra taxa de 5,1%, e a média da população ficou um pouco abaixo, com 4,93%.

O economista da FGV demonstra que essa diferença se torna significativa ao longo do tempo. No acumulado entre 2004 e 2009, o IPC-3i avançou 33,13%, enquanto o IPC-Br acumulou taxas de 31,24% nos mesmos seis anos.

"O indexador de reajustes para o aposentado é o mesmo que o utilizado para a média da população, enquanto a inflação deles é mais alta. Então o idoso vai sentindo mais rapidamente os efeitos da inflação", disse Braz.

A diferença entre a inflação do idoso e a média da população no primeiro semestre deste ano foi impulsionada pelo reajuste de serviços administrados, mais utilizados na residência, e pelo setor de saúde. A alimentação responde por 32% do índice dos idosos, a habitação é responsável por 31% da inflação e os serviços de saúde representam 16% da terceira idade. A saúde representa justamente a grande diferença para a média da população.

O índice dos idosos ficou mais baixo no segundo trimestre, com 0,92%, do que nos três primeiros meses, quando foi de 2,72%. A alimentação ajudou neste recuo, por ter desacelerado do avanço de 5,8% no início do ano, para ficar praticamente estável, com alta de 0,01%.

No entanto, para o terceiro trimestre, esperam-se reajustes maiores dos alimentos. "O grupo alimentação não deve ficar com uma taxa baixa como no segundo trimestre, mesmo que não pressione tanto como foi no primeiro trimestre. Para o terceiro trimestre, esperamos também o grupo habitação com taxa maior, dados os reajustes na parte de energia elétrica, água e esgoto e telefonia", disse Braz.

Apesar de ser a maior diferença, a alimentação não é o único fator de redução de pressão sobre os índices de preços. Das sete classes de produtos e serviços pesquisadas, a FGV encontrou queda das taxas de inflação em quatro, no segundo trimestre deste ano. Já no semestre, cinco das sete classes tiveram avanço.

"Dá para perceber que a economia está mais aquecida. Isso provoca aceleração de preços e o idoso não está imune a isso", disse o economista responsável pela pesquisa.

Fonte: Globo Online

Preços para a terceira idade recuam no trimestre

A inflação nos gastos dos consumidores da terceira idade, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), registrou variação de 0,92% no segundo trimestre deste ano, conforme informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (12/07/2010). No primeiro trimestre, o índice registrou variação de 2,72%.

A variação do IPC-3i em 12 meses, que está em 5,10%, superou a taxa acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que registra alta de 4,93%, no mesmo período. Entre os sete grupos de despesa que compõem o IPC-3i, os gastos que mais contribuíram para o resultado foram os com alimentação (de 5,80% para 0,01%), transportes (de 3,87% para -0,62%) e despesas diversas (de 1,88% para 1,12%). Por outro lado, as despesas que mais tiveram alta foram com saúde e cuidados pessoais (0,96% para 2,12%), vestuário (-0,77% para 3,58%) e habitação (1,11% para 1,38%).
Fonte: G1

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Potencial do "novo idoso" é pouco aproveitado no consumo

Foi-se o tempo em que o idoso era associado ao vovô esquecido na cadeira de balanço ao lado da senhora enrugada e de cabelos brancos fazendo crochê. Hoje, a existência de idosos saudáveis e produtivos já é uma realidade e deve influenciar o mercado e até melhorar o consumo. Para a especialista em gerontologia, Beltrina Corte, da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), as oportunidades de inclusão são imensas.

Uma pesquisa recente da GfK Brasil mostrou que os idosos já representam 17% do poder de compra no país. Além disso, 88% dos brasileiros acima de 60 anos possuem renda própria, segundo a empresa de pesquisa. Outro levantamento, feito pelo IBGE, aponta, segundo a GfK, que, em 2020, as pessoas com idade acima de 50 anos representarão 18 milhões de consumidores no País, com renda total de R$ 25 bilhões. Hoje, essa faixa etária corresponde a 43% da classe de renda mais alta (acima de dez salários mínimos). No total da população, são 23% e costumam ir mais vezes às compras.

Viajar, comprar, passear
"Os idosos que vivem apenas com a aposentadoria têm de fato o dinheiro contado", afirma Beltrina. "Mas existe um contingente grande que se preparou para a velhice e está disposto a gastar consigo mesmo ou com seus familiares. São pessoas desejosas de viajar, comprar, passear, estudar".

É o caso da dona-de-casa Anita Zumbano Fochesato, de 60 anos, que costuma viajar todo ano com a mãe, de 91 anos. "Nós estamos planejando ir ao Nordeste em um cruzeiro de navio", conta. "Eu acho muito saudável se mexer e conhecer novos lugares". Anita e a mãe também adoram fazer compras e estão sempre atentas para o que ocorre á sua volta, lendo e vendo televisão.
Depois de trabalhar a vida toda, primeiro em uma companhia de aviação, depois numa loja e finalmente em um restaurante, ela quer aproveitar a vida. "Não estamos na fase de economizar", afirma. "Como não temos compromissos, estamos na época de gastar".

Produtos dirigidos
Para Beltrina Corte, histórias como essa mostram que o mercado precisa acordar e ver o potencial de consumo dos mais idosos. Os "novos velhos" trabalham, suam na academia, conversam com os filhos e netos por Skype e vão a festas. Mas são poucos os produtos especialmente dirigidos a essas pessoas que ainda têm muito a viver.

"Infelizmente, o mercado ainda não considera o design, a cor, o comportamento dessa população", argumenta a gerontóloga. Ela lembra que há enormes possibilidade na arquitetura, lazer, comércio, moda e beleza, além do turismo.

Ao comentar a pesquisa, Paulo Carramenha, diretor presidente da GfK Brasil, chamou a atenção para o fato de que a maior expectativa de vida da população é uma das cinco tendências mundiais que influenciam o consumo. Na Alemanha, por exemplo, a empresa constatou que muitas pessoas com idade entre 50 e 69 anos fazem compras on line. No Brasil, segundo Carramenha, essa tendência está começando e deverá pautar vários setores. Mas é preciso levar em conta as especificidades desse público, tanto no aspecto das necessidades físicas como na transformação de interesses.
Fonte: Site Brasil Econômico

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Longevidade depende dos genes, diz estudo

Ainda dentro da série de matérias sobre a Revolução da Terceira Idade, partilho com vocês o texto da Portal IG, com mais uma novidade da ciência sobre a longevidade. Participe com seu comentário.
Quer viver mais de 100 anos? Vai depender dos seus genes
Uma equipe de pesquisadores da Escola de Saúde Pública e da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, descreveu na revista Science desta semana uma série de marcadores genéticos ligados à longevidade humana. Após analisarem os genomas de 1055 pessoas centenárias e compará-los com um grupo de controle, eles conseguiram identificar 19 assinaturas genéticas comuns a pessoas que passaram dos 100 anos de idade.

Os resultados levantam a possibilidade de indivíduos saberem, com antecedência, o potencial deles viverem até idades mais avançadas, além de trazer novas evidências para os estudos sobre as formas como múltiplos genes influenciam no envelhecimento humano. Os 19 grupos genéticos associados à longevidade foram identificados em 90% dos centenários analisados. Além disso, a equipe descobriu que 45% dos indivíduos mais antigos do estudo, com média de 110 anos de idade, apresentaram ter uma frequência maior de alguns destes marcadores.

Segundo o estudo, as assinaturas genéticas encontradas representam um novo avanço para a medicina personalizada, onde este método analítico pode ser útil na prevenção e tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson. “Depois de verificar os genes envolvidos com a vida prolongada, nós desenvolvemos um modelo genético que calcula a predisposição de um indivíduo atingir a longevidade, com base em 150 marcadores”, disse uma das autoras do trabalho, Paola Sebastiani, professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, durante coletiva de imprensa que divulgou os resultados do trabalho.

“Testamos esse modelo em um conjunto independente de centenários e conseguimos prever, com 77% de precisão, se uma pessoa irá viver ou não até idades mais avançadas”, acrescentou. Os cientistas explicam, no entanto, que apesar de os dados genéticos poderem prever a longevidade, essa previsão não é perfeita e pode melhorar ainda mais com o melhor conhecimento das variações no genoma humano.

Fonte: IG