terça-feira, 14 de dezembro de 2010

IBGE projeta que 30% da população terá mais de 60 anos em 2050

A população com mais de 60 anos deverá ultrapassar a marca de 64 milhões de pessoas em 2050 no País, segundo projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste ano, este estrato populacional deverá chegar próximo de 30% da população do País. Os números fazem parte do Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, divulgado nesta terça-feira pelo instituto.
O estudo traz a composição populacional do País desde 1940 e faz uma projeção até 2050. Neste quadro, o contingente de habitantes com mais de 60 anos apresenta crescimento constante.
Segundo o censo demográfico de 1940, 1,7 milhões de brasileiros faziam parte da hoje chamada terceira idade, o que representava, à época, 4,1% da população. Em 2000, esta faixa etária já chegava a 8,1%, ou 13,9 milhões de pessoas, número que deve quase quintuplicar até 2050, segundo a projeção apresentada no atlas.
Por outro lado, a população com menos de 15 anos, que representava 42,6% no censo do IBGE de 1940 (17,5 milhões de pessoas) deve chegar a 2050 com um contingente de 13,1%, ou 28,3 milhões. Esta faixa etária apresenta queda ininterrupta desde 1960. De acordo com o Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, "até o final dos anos 1970, a estrutura etária da população brasileira era predominantemente jovem, resultado de um padrão histórico em que os níveis de fecundidade permaneciam elevados. Entretanto, a partir de 1980, em decorrência do declínio dos níveis de reprodução, começa a adquirir visibilidade um estreitamento da base da pirâmide."
A população de 15 a 59 anos, faixa considerada "em idade de trabalhar", deve apresentar crescimento até 2030, quando deve chegar a 139,2 milhões de pessoas (64,3% do total), segundo a estimativa do IBGE. A partir daí, deve começar a cair. Entretanto, a maior proporção desta faixa de idade deve ser atingida em 2020, com 66,3% do total de residentes no Brasil. Em 2050, este grupo de idade deve chegar a 122,9 milhões, o equivalente a 57,1% do total.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Segredo dos superidosos: maiores de 80 que esbanjam vigor abrem via para entender longevidade

RIO - Nenhum octogenário é tão rápido e resistente quando Oswaldo Silveira. O maître paulista estava entre os 28 participantes mais velhos dos 45 mil que correram a Maratona de Nova York, a mais famosa do mundo, em novembro. Foi o campeão do grupo. Completou o percurso em 4 horas e 33 minutos. Um mês depois, ainda colhe os louros da fama. Volta e meia precisa interromper seus treinos, em Campos do Jordão, para tirar fotos com quem o reconhece.

Atende aos pedidos com humildade, mas uma certa marra não faz mal a ninguém: garante que venceria um desafio contra o neto, um sedentário de 21 anos. O desejo de novas conquistas - inclusive o torneio familiar - faz do atleta um símbolo do que é conquistar longevidade sem perder vigor.

Com o avanço da medicina, chegar à terceira idade não é exatamente uma façanha. De acordo com a pirâmide etária divulgada pelo Censo 2010, 22,7 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais. Um terreno desconhecido, ainda pouco contemplado por pesquisas, é como envelhecer com qualidade de vida.

Não existe uma receita pronta, mas aqui e ali há consensos. O primeiro: manter a saúde na terceira idade é uma conquista multidisciplinar. Não adianta, por exemplo, ter uma alimentação regrada se a rotina for estressante. Outra unanimidade no discurso dos especialistas é quase um consolo aos mais preguiçosos: nunca é tarde para começar. Que o diga Oswaldo, que só foi calçar tênis de corrida aos 56 anos.

- Eu só jogava futebol, mas a barriga estava grande e ficou muito cansativo - lembra. - Como não tinha tempo para academia, resolvi só correr. Hoje treino cinco vezes por semana, de 10 a 15 quilômetros por dia. Há 17 anos um instrutor me acompanha. Desde então, já foram 11 maratonas.

Oswaldo atribui o pique à dieta controlada e aos genes. Seu pai, que morava no interior de São Paulo, chegava a andar 30 quilômetros para visitar alguém.

O corredor não é o único a recorrer à biologia para explicar sua vitalidade. Uma teoria amplamente estudada considera que os telômeros, uma estrutura presente nas extremidades dos cromossomos, pode determinar a nossa longevidade. Os telômeros são reduzidos à medida que as células se dividem. Em determinado momento, esta perda sacrifica genes, vitalidade e função das células filhas, provocando o envelhecimento.

Outra estrutura celular decisiva seriam as mitocôndrias, responsáveis por transformar alimento em energia. Se uma mitocôndria envelhecer mais rapidamente, ela reduziria a vitalidade de seu grupo.

- Ainda não há uma explicação definitiva para sabermos como se dá o envelhecimento em nível biológico - ressalta Fernando Bignardi, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). - Há animais, como medusas, que vivem eternamente. Eles não envelhecem. Só morrem se alguém comê-los. Não sabemos por que isso acontece.

Na falta de uma resposta, os médicos preocupam-se em reformular outros conceitos. Longevidade, por exemplo, era associado apenas à vida longa. Agora, também incorpora a ideia de qualidade.

Fonte: Jornal O Globo http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/12/04/segredo-dos-superidosos-maiores-de-80-que-esbanjam-vigor-abrem-via-para-entender-longevidade-923193783.asp

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Segunda edição do Concurso de Monografias do PTB Mulher oferece prêmio de R$ 10 mil

Principal objetivo é incentivar a discussão política entre os jovens
Está lançado o II Concurso Nacional de Monografias do PTB Mulher, que tem como principal objetivo aproximar os jovens brasileiros da discussão política, através da reflexão, pesquisa e produção literária. Nesta segunda edição, a iniciativa traz uma novidade interessante: haverá apenas uma categoria de premiação, que oferecerá R$ 10 mil ao autor do trabalho vencedor.
Para concorrer, os interessados terão de debater, em, no máximo, 70 laudas, a questão previdenciária no País, destrinchando o tema: “Previdência Social no Brasil: soluções do passado, desafios do presente, incertezas do futuro”. Como subtemas relacionados, os organizadores do Concurso indicam: “A Previdência ideal e a realidade atuarial do sistema"; “Idade mínima para a aposentadoria: como envolver a sociedade na discussão de questões tão sensíveis e fundamentais para todos?”; e "O Estatuto do PTB e a Previdência no Brasil: quais são os modelos propostos pelos partidos e o que melhor funciona para o País?".
Os textos precisam ser inéditos e individuais. Será automaticamente eliminada a monografia que já tiver sido divulgada por qualquer veículo de comunicação, na íntegra ou em parte. O candidato ao prêmio é responsável pela autoria e conteúdo do trabalho, sendo automaticamente excluído da seleção, em qualquer etapa do Concurso, com as punições cabíveis, em caso de plágio.
As monografias serão recebidas até dia 02 de abril de 2011, na sede do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), situado na SEPN, Quadra 504, Bl. A, número 100, Cobertura, Edifício Ana Carolina, Asa Norte, Brasília, Distrito Federal, CEP 70730-521. Os trabalhos somente poderão ser enviados por via postal.
"A questão previdenciária vem sendo discutida, calorosamente, em todo o mundo e, em nosso País, este debate se faz mais que necessário. O que pensam os brasileiros sobre o assunto? O PTB Mulher quer ouvir a sua resposta", convida a Presidente Nacional do movimento, Cristiane Brasil.
Para mais informações sobre o Concurso, basta acessar o regulamento completo no site oficial do PTB Mulher, http://www.ptbmulher.org.br/.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dança beneficia o corpo e a mente na terceira idade

Pelo caráter lúdico, idosos aderem melhor à do que aos exercícios tradicionais
Além de prazerosa, a dança na terceira idade pode trazer ainda mais benefícios à saúde do que os exercícios físicos tradicionais. Estudos já conseguiram comprovar a superioridade da dança, nessa faixa etária, para a saúde do coração, a capacidade respiratória e acima de tudo, a qualidade de vida.
Uma pesquisa feita na Itália verificou que pessoas com insuficiência cardíaca que começaram a dançar valsa tiveram benefícios na saúde do coração, na capacidade respiratória e no bem-estar geral maiores do que os obtidos por pacientes que se exercitavam na bicicleta ou na esteira.
Uma das vantagens observadas também foi a aderência à dança, bem maior do que aos exercícios comuns. Para o geriatra João Senger, isso se deve ao fato de que a dança é "um dos exercícios mais agradáveis que existem".
Segundo ele, dançar é melhor até do que caminhar, um dos exercícios mais recomendados aos idosos.
— A dança utiliza movimentos diferentes, grupos musculares diferentes, é mais completa do que a caminhada.
Outros fatores que diferenciam a dança dos exercícios tradicionais é a melhora do equilíbrio, a socialização e o caráter lúdico, que ajuda a prevenir a depressão.
Desafiando o cérebro
Para a especialista em dança e professora, Siomara Kronbauer, a prática da dança é um desafio para o cérebro dos idosos e gera um aumento de suas conexões neuronais, que dão a eles maiores habilidades no aprendizado e na memória. Siomara costuma priorizar a variedade de ritmos em suas aulas para estimular a capacidade de adaptação dos alunos. Balé clássico, jazz, contemporâneo, street e flamenco fazem parte dos encontros.
— Um aluno, não interessa a idade, tem que ser desafiado. Claro que tu respeita as necessidade biológicas, mas, dentro disso, ela deve ser estimulada a dar o seu melhor — diz a professora de dança.
Siomara, que dá aula para pessoas de 50 até 83 anos, acredita que os benefícios da dança também se estendem a autoestima.
— Eles se sentem com dignidade, principalmente depois da aposentadoria que tu perde o teu caráter de utilidade. Quando termina a aula eles estão super felizes.
BENEFÍCIOS :: Melhora significativa no equilíbrio do corpo devido aos movimentos :: A socialização e a alegria da dança ajudam a melhorar o humor e prevenir doenças como depressão e até o Alzheimer :: A atividade eleva a capacidade cardiorrespiratória e a força muscular :: Melhora a qualidade do sono

Fonte: Zero Hora http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Segundo%20Caderno&newsID=a3114612.xml

Intercâmbio também é opção para quem já passou dos 50 anos

Olá! Olha que matéria interessante! Aguardo seus comentários!

Apesar do sucesso entre adolescentes e universitários, intercâmbio também é assunto do pessoal que já passou dos 50 anos. Despreocupados com o papel que a viagem terá em seu currículo, eles querem mesmo é relaxar e se divertir.

Na agência de turismo Brazilian Exchange, em São Paulo, esse é um movimento que começou há uns três anos. "Já tínhamos programas para a terceira idade antes, mas não divulgávamos porque não sentíamos uma procura", lembra o diretor da agência, Cláudio Chalom, que arrisca uma causa para a mudança. "Pode ser que tenha a ver com o aumento do poder aquisitivo, já que se percebe um aumento de consumo geral nessa faixa etária."

A vantagem de fazer programas específicos para a idade mais madura é que as turmas costumam partilhar dos mesmos hábitos e expectativas. A ideia deles é o contrário do foco do universitário, que tem o interesse principal no aperfeiçoamento do idioma para buscar uma vaga no mercado. A vivência cultural é a meta dessas viagens. "Muitos já fizeram aqueles pacotes turísticos regulares e agora querem algo mais", explica Chalom.

Na agência BEX, as atividades para a terceira idade são oferecidas em cinco destinos. Para quem quer aperfeiçoar o inglês há do clássico - como em Bournemouth, no litoral sul da Inglaterra - ao radical - a exemplo do curso na Nova Zelândia, na cidade de Christchurch. O país da Oceania tem geleiras e montanhas, propícias para o esqui, enquanto que nas praias pode-se andar de caiaque. Há também opções na Espanha, na França e na Itália, normalmente com a possibilidade conciliar o curso da língua com aulas sobre a cultura local, gastronomia e vinhos.

Os programas para o pessoal depois dos 50 têm duração menor, de duas semanas, e aposta nas cidades menores. "É para que eles estejam em um lugar tranquilo, para que tenham vivências culturais e para que se comuniquem com a população local", justifica o diretor da Brazilian Exchange. O resultado é uma turma que volta ainda mais entusiasmada que a garotada. "Eles se descobrem em situações que não estavam pensando em vivenciar."

Com mais de 60 no curso regular
Mesmo com a existência de programas específicos para a terceira idade, algumas pessoas preferem estudar em cursos regulares. É o caso de Theresinha Levy, que já passou dos 60 anos, mas prefere não revelar a idade. A intercambista passou três meses em Toronto, no Canadá, e voltou para o Brasil em outubro.

Nos últimos anos, a carioca passou por perdas na família, em especial a do seu "companheiro de vida e de viagem". A saída estava lá fora:"Nada melhor que viajar por longo tempo para se refazer ou renascer", afirma quem obrigou os filhos a fazerem intercâmbio aos 15 anos por ser uma experiência enriquecedora.

Os incessantes pedidos por notícias pelos amigos levaram Theresinha a criar um site. O espaço serviu como diário, além de postar fotos e receber os comentários de quem ficou no Brasil. "Cheguei à conclusão de que seria impraticável escrever para todos e para a família, então optei pelo blog", conta.

A viajante desmistifica um possível preconceito dos outros alunos com quem é de uma idade mais avançada. "Meus colegas me convidavam para tomar chope em pubs, ir jantar e fazer piquenique como qualquer um." Esse foi um dos motivos pelos quais ela escolheu o Canadá: a diversidade. "Nunca vi tanta gente diferente. Mesmo que você coloque uma abóbora na cabeça, acho que não vão lhe notar."

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um alerta aos mais jovens

Vejam a matéria publicada pelo jornal O Dia, nesta terça-feira. Um verdadeiro alerta para todos aqueles que praticam atividade física sem a devida orientação de profissionais especializados ou que exageram e acham, que neste caso, "quanto mais, melhor". Não é bem assim, não! A malhação só contribui para a manutenção da saúde e para o envelhecimento ativo quando feita na medida certa e de forma orientada. Alguém conhece pessoas com menos de 50 anos que já tenham artrose? Mande um comentário e compartilhe comigo e com todos os leitores do Blog. Boa leitura!



Artrose atinge 10% da população de 30 a 50 anos
Exercícios físicos feitos com excesso de peso ou postura incorreta podem ser a causa

Rio - Quem pensa que só idosos têm artrose está enganado. A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) alerta que cada vez mais pessoas entre 30 e 50 anos têm sofrido com dores provocadas pelo desgaste das articulações de joelhos, quadris, tornozelos e coluna — consequência de esforço exagerado na malhação ou esportes radicais na juventude. Cerca de 10% da população nesta faixa etária apresenta o problema de saúde.
O tema foi debatido no 42º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia (CBOT). Segundo o presidente do CBOT, Paulo Lobo, a artrose, que atinge 60% das pessoas na terceira idade, é diferente daquela que vem sendo encontrada nos adultos mais jovens. “O desgaste na articulação destes é causado por trauma, uma carga extra de exercícios. Já em idosos é um desgaste comum devido à idade”, descreve.

O importante, segundo os especialistas, é o diagnóstico precoce. O desvio do eixo de um membro que dói e a dificuldade de movimentá-lo possivelmente significam artrose. “Quanto antes diagnosticar, mais cedo será possível mudar a rotina de exercícios pesados”, afirma Lobo.
Para não ter o problema
Segundo o médico, natação e pedalada, assim como fisioterapia, medicamentos e até cirurgia para corrigir a lesão podem minimizar o incômodo e evitar a progressão da doença, que não tem cura. Se o objetivo é evitar a artrose precoce, o ortopedista José Luiz Runco dá as dicas: “Na musculação, evite o excesso de peso e o posicionamento errado. Em qualquer esporte, se o músculo tremer ou queimar, há sobrecarga. Se há cãibra ou dor, é sinal de cansaço e assim o músculo não protegerá adequadamente a articulação, que passa a receber mais peso que deveria”.

Já sinalizando dor na coluna e nas pernas e diante da possibilidade de, no futuro, ter artrose, a balconista Tereza Minôr, 38 anos, seguiu a orientação médica: entrou, há 3 anos, na hidroginástica. “É uma atividade leve, e não sinto mais dores. Com a musculatura forte e preparada, já não acho que vou ter artrose. Me cuido”, diz.

Fonte: Jornal O Dia http://odia.terra.com.br/portal/cienciaesaude/html/2010/11/artrose_atinge_10_da_populacao_de_30_a_50_anos_124663.html

domingo, 7 de novembro de 2010

Novos estudos revelam como exercícios físicos na terceira idade atenuam problemas do envelhecimento

Quanto mais cedo se começa a praticar exercícios, melhor. Mas mesmo quem toma essa decisão tardiamente, depois dos 60, só tem a ganhar; não só em força como em capacidade cardiovascular. É o que confirmam dois novos estudos. Um deles foi realizado na Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex), no Rio, e avaliou por quase dois anos os efeitos da musculação em 175 pessoas (130 homens) acima de 63 anos. O outro é um trabalho americano com sedentários acima de 65 anos. Os resultados de ambos são evidentes: a atividade física faz bem em qualquer idade e mesmo quem começa tarde é beneficiado.

No estudo da Clinimex - apresentado na 7ª Conferência Mundial em Treinamento de Força, na Eslováquia - o objetivo foi saber se a musculação com ênfase em velocidade rápida no movimento atenuaria ou reverteria a perda natural de força com o envelhecimento. Segundo o professor de educação física Roberto Macedo Cascon, coautor, os participantes tiveram um ganho de força de até 7% ao ano.
- Considerando que a média anual de perda de força com o envelhecimento é de 2%, a musculação a longo prazo atenua ou até reverte esse processo - diz. - Esse ganho não é cumulativo, explica Macedo, sendo maior nos primeiros meses do programa.
Os voluntários fizeram exercícios de musculação convencional (incluindo supino, extensora e puxada), em l 2 séries de cinco a oito repetições. A diferença é a ênfase na velocidade rápida no movimento do exercício, diz o fisiologista.
- A força e a potência dão autonomia, melhorando a qualidade de vida. Além disso, o idoso fica menos vulnerável a quedas - afirma.

Para essa faixa etária, Macedo recomenda, de duas a três vezes por semana, uma média de 8 a 12 exercícios que envolvam os braços e as pernas; em duas a três séries, de cinco a oito repetições com carga de 60% a 80% da máxima. E enfatizando a alta velocidade de execução, com orientação de professor.
Já o estudo americano - publicado na revista "Circulation" - avaliou os benefícios cardiovasculares de um ano de treino intenso e progressivo em sedentários acima de 65 anos. Os autores observaram que os idosos apresentaram melhora da função ventricular. Isso significa que o coração deles se tornou mais apto a responder as exigências durante o esforço e com menor sobrecarga, explica o professor de educação física Marcelo Cabral:

- Isso é um importante indicador de saúde cardiovascular.
Cabral alerta que esse foi um estudo controlado, no qual todos tiveram seu estado de saúde bem avaliado para assegurar que eram saudáveis e que o risco na execução do exercício seria baixo na pesquisa.
- Ninguém nessa idade pode fazer esforço intenso antes de uma avaliação cardiológica - reforça.
Outros estudos, lembra Cabral, comprovam os benefícios da prática de exercícios na capacidade de relaxamento e dilatação dos vasos para ajustarem o fluxo sanguíneo. Além disso, a atividade física diminui a quantidade de triglicerídeos e aumenta o nível de colesterol HDL, a fração boa. Ele cita pesquisa na "British Medical Journal", mostrando que indivíduos que só começaram a se exercitar depois dos 50 anos tiveram redução na taxa de mortalidade semelhantes ao grupo que se exercitava há mais tempo.
Portanto, vale muito a pena começar a se exercitar em qualquer fase da vida, insiste Cabral. Ele recomenda, para quem tem mais de 60 anos - e depois da liberação do médico -, a prática de atividade aeróbica, como caminhar e andar de bicicleta. Esses exercícios podem ser iniciados por idosos saudáveis, de duas a três vezes por semana com duração de 20 a 30 minutos, em intensidade leve e progredindo para cinco a sete dias na semana, com duração de 30 a 60 minutos cada dia. Depois, sempre com orientação de profissional, pode-se elevar a intensidade em alguns dias da semana, por pelo menos mais alguns minutos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Turismo para idosos movimenta cerca de R$ 20 milhões por ano

Mercado é voltado para pessoas com mais de 60 anos; mas antes da viagem, é preciso tomar alguns cuidados

Idosos adoram viajar e desvendar o mundo. O mercado da boa idade, especializado em pessoas com mais 60 anos, movimenta cerca de R$ 20 milhões por ano. Mas antes desses turistas fazerem as malas é preciso tomar alguns cuidados.

O diário de viagens da artista plástica Celecina Monteiro é de se admirar: este ano foram duas idas aos Estados Unidos e agora ela se prepara para desembarcar na Argentina. Mas antes de viajar, Celecina não abre mão de fazer um seguro-viagem. "Tenho muito cuidado. Primeiro: a gente não está tão jovenzinha pra viajar sem seguro. Aí eu faço seguro-viagem por causa das bagagens e por causa da segurança mesmo da saúde", contou.

A química industrial Vera Avelar também se previne. "Eu nunca precisei, de fato, mas prevenção é importante".

Além do seguro, na hora de fazer as malas, esse público que já passou dos 60 anos precisa tomar alguns cuidados. “É sempre bom viajar em grupos, com guia turístico. É interessante o idoso saber se o destino turístico tem alguma estrutura médica, caso ele necessite. Em alguns grupos existem até um médico que acompanha a viagem”, alerta o turismólogo André Durão.

Outro detalhe importante é levar anotados dados sobre a saúde, como pressão, tipo de sangue e remédios que estejam sendo tomados.

São cuidados que não impedem o crescimento desse mercado. De acordo com o Ministério do Turismo, até setembro foram vendidos 140 mil pacotes para idosos. No Recife existe até agência que se especializou nesse público.

"Faço com todos os cuidados que requer os grupos de maior idade. Por exemplo: não gosto de botar em hotéis que não tenham elevador, que não tenha muita escadaria, viajo sempre com dois guias acompanhando todo o percurso - fora os guias locais", contou a dona da agência, Luíza Pedrosa Barreto de Meneses.

A rede hoteleira está procurando se adaptar ao hóspede que chegou aos 60 e está entrando agora na terceira idade. Para se adaptar a esse público, alguns hotéis tentam oferecer serviços diferenciados. Os quartos são mais iluminados e os banheiros têm apoio na parede e tapetes antiderrapantes.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Otávio Meira Lins, contou que é importante se adaptar a essa demanda: "as pessoas estão vivendo mais, as pessoas têm renda, e as pessoas estão com saúde para viajar. Você tem que estar preparado para recebê-los. Quem não se adaptar vai perder o bonde do mercado".
Fonte: Globo Nordeste
http://pe360graus.globo.com/noticias/economia/turismo/2010/11/02/NWS,523573,10,188,NOTICIAS,766-TURISMO-IDOSOS-MOVIMENTA-CERCA-MILHOES-ANO.aspx

Secretária Cristiane Brasil convida para palestra na UnATI

A Secretária de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida do Rio de Janeiro, Cristiane Brasil, estará na Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI-Uerj), na próxima quarta-feira (03/11/2010), para apresentar a palestra "A cidade e o idoso: projetos da Secretaria de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida". O evento acontecerá às 14h, no auditório 91, 9º andar da Uerj.
Cristiane falará sobre os programas e projetos já desenvolvidos pela Prefeitura, que visam a atender de forma mais eficiente a população de terceira idade, contribuindo diretamente para a melhoria da qualidade devida dos cariocas com mais de 60 anos. Falará também sobre ações que serão colocadas em prática nos próximos dois anos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A terceira idade e o pleno emprego

Certa vez, um internauta, ao comentar um dos posts do Blog da Cristiane Brasil sobre emprego na terceira idade, informava que, perto de completar 60 anos, estava concluindo o curso de Serviço Social e indagava quais as chances dele no mercado de trabalho. Para este amigo e muitos outros – não tão jovens - que falam comigo sobre o tema, saibam que a qualificação é sempre um diferencial positivo no mercado de trabalho. E as chances de emprego para a terceira idade também tem neste fundamento um requisito importante, além da experiência, é claro.

O fato é que o aquecimento econômico tem feito com que o País registre um boom na geração de novos empregos, com números positivos em praticamente todas as faixas etárias, inclusive para a terceira idade, como ficou evidenciado em recente trabalho do IBGE (já postei matéria sobre o assunto no Blog). O que o instituto constatou é que a taxa de desemprego ficou em cerca de 2% para quem tem mais de 50 anos. Ou seja, praticamente, o País vive o pleno emprego para esta faixa etária.

A verdade é que tal fenômeno no mercado de trabalho nada mais é do que o reflexo da realidade atual da população brasileira, cujo grau de envelhecimento acelerado não é mais novidade para ninguém. E a sociedade, por conseguinte, tem que se adequar aos novos desafios advindos deste quadro. E a geração de oportunidades de trabalho também para a terceira idade deve ser prioridade em toda e qualquer política pública para o setor. Sempre defenderei esta tese.

Aposentados levam propostas para melhorar benefícios

Por Edna Simão

BRASÍLIA - Às vésperas de ser conhecido o novo presidente do País, os aposentados e pensionistas do INSS apresentaram ao governo federal uma série de propostas para melhorar o valor dos benefícios previdenciários a partir do próximo ano. Foi sugerido até a criação de uma secretaria interministerial de Assuntos Relacionados ao Idoso, Aposentados e Pensionistas.

Durante o encontro com as entidades que representam os aposentados e pensionistas, o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, apenas ouviu as reivindicações e tentou não se comprometer com nenhum pedido. "O compromisso do governo é manter o diálogo. Essa reunião não é uma demonstração de que decisões estão sendo tomadas", afirmou Gabas.

Segundo o ministro, as centrais vão unificar a pauta de reivindicações e até o dia 31 de dezembro o governo vai dizer o que é ou não possível fazer. Na reunião com os representantes dos aposentados ficou claro que ainda há divergência entre eles, principalmente, no que diz respeito à correção dos benefícios.

A Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) pede o mesmo porcentual de reajuste do salário mínimo a todos os aposentados e pensionistas. O Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical quer que seja criada uma política de recuperação do poder de compra dos benefícios dos que recebem mais que um salário mínimo. Nas últimas negociações, o governo tem se mostrado contra as duas ideias.

Consenso

Na avaliação do presidente do sindicato, João Batista Inocentini, conceder um aumento igual ao do salário mínimo pode prejudicar as negociações dos trabalhadores da ativa. "Essa é uma das divergências. Mas vamos nos reunir na próxima semana para tentarmos chegar a um consenso", destacou Inocentini.

O sindicato ligado à Força Sindical propõe ainda a criação de um Índice Nacional de Preços para aposentados e pensionistas e isenção de Imposto de Renda. Os representantes dos aposentados concordam, no entanto, com a extinção do fator previdenciário, criado em 1999 com o objetivo de desestimular as aposentadorias precoces.

A estratégia adotada pelos aposentados é parecida com os dos trabalhadores da ativa, que recentemente tiveram um encontro com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi com o objetivo de antecipar o debate em torno do salário mínimo. O objetivo é barganhar mais reajuste devido à corrida eleitoral.

Fonte: O Estado de São Paulo http://economia.estadao.com.br/noticias/not_41132.htm

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Terceira idade chega ao pleno emprego

Taxa de desocupados na faixa etária acima de 50 anos ficou em 2,2% em setembro

Por Lilian Primi

SÃO PAULO - Os bons ventos que agitam o mercado de trabalho sopraram para longe o estigma do desemprego, que historicamente acompanha trabalhadores com idade acima de 50 anos. A taxa de desocupação nessa faixa de idade ficou em 2,2% em setembro, segundo a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que indica o confortável cenário de pleno emprego.

A definição de pleno emprego pode variar de um país para outro, mas a Organização Mundial do Trabalho (OIT) considera que ela se estabelece quando as taxas de desocupados ficam abaixo de 3%, índice registrado nos países desenvolvidos no pós-guerra. Por esse critério, o mercado de trabalho para a terceira idade experimenta tal status desde setembro de 2009.

"Significa que os 2,2% de trabalhadores sem ocupação estão em transição entre um emprego e outro", diz o diretor adjunto do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade de Campinas (Unicamp), Anselmo Santos. A pedido do Estado, o Cesit investigou em quais ocupações essa população cresceu mais, utilizando a base de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), e como está o saldo entre demitidos e contratados, também por ocupação, nos dados reunidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

As duas pesquisas trazem informações a respeito do trabalho formal: o Caged informa o movimento ocorrido a cada mês e a Rais, o estoque anual de empregados .

"O resultado é interessante: o estoque (número) de trabalhadores com 50 anos ou mais aumentou em quase 400 mil postos entre 2008 e 2009, mas o saldo, indicado pelo Caged, é negativo em mais de 53 mil postos. É a única faixa em que isso ocorre", diz.

O pesquisador explica que esse resultado é reflexo do envelhecimento da população. "A terceira idade passou a ter peso maior na estrutura do mercado de trabalho e isso aumenta o impacto dos que passaram de 49 anos para 50 anos entre os dois anos." Além disso, a falta de profissionais capacitados faz com que as pessoas permaneçam empregadas por mais tempo.

O saldo geral do Caged mostra que o emprego formal cresceu em 2,27 milhões de vagas em todo o País de janeiro até setembro.

Ocupações. O ranking das ocupações que mais empregaram a terceira idade neste ano tem dirigentes públicos em primeiro lugar (66.347), seguido por professores do ensino fundamental (66.315) e construção civil (36.411). O setor da construção, aliás, é um dos que apresentam saldo positivo para essa faixa da população (de mais de 21 mil postos). Ou seja, houve abertura de vagas para pessoas com mais de 50 anos.

Já entre os professores do ensino fundamental, as demissões superam as contratações em 1.537 vagas. "Isso nada tem a ver com piora do emprego. Dos 53.482 trabalhadores com 50 anos ou mais demitidos em todas as ocupações, 26.487 se desligaram por aposentadoria ou morte. Não ficaram desempregados", explica Santos. Além da construção, foram abertas novas vagas para a terceira idade entre motoristas e nos setores de alimentação e de serviços domésticos. Os estados do Piauí, Roraima e Ceará também abriram novas vagas para quem tem 50 anos ou mais.

Os novos postos para essa faixa etária surgem na esteira do crescimento econômico e, tanto o setor em que elas são abertas, quanto a região do País em que acontece, reflete isso. "O trabalho na construção bate recordes e o Nordeste experimenta um forte crescimento econômico. Isso favorece o emprego em todas as faixas de idade", diz Santos.

A grande variação no setor público se dá porque, segundo o pesquisador, existe mais estabilidade nesse setor. "A tendência é que o número de trabalhadores acima de 50 anos continue crescendo nos próximos anos."

Fonte: O Estado de São Paulo http://economia.estadao.com.br/noticias/not_40413.htm

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Caminhar 15km por semana ajuda a prevenir demências na velhice

Dar um passo atrás do outro, com regularidade, sem pressa, é uma das melhores formas de manter o cérebro saudável na velhice, com sua plena capacidade cognitiva. Um estudo da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicado na "Neurology", a revista on-line da Academia Americana de Neurologia, monitorou durante 13 anos 299 voluntários. A pesquisa provou que eles conseguiram evitar a perda da memória e se prevenir da demência com caminhadas regulares.

Os andarilhos, todos sem sinais de demência de acordo com testes neurológicos a que foram submetidos, tiveram suas caminhadas registradas e o cérebro monitorado em 1995. Outros testes foram feitos nove anos depois, em 2004, e mais uma vez em 2008, mostrando que aqueles que mais caminhavam tinham metade do risco de ter problemas de memória do que os que não se exercitavam.

De acordo com a pesquisa, andar cerca de 14,5 quilômetros por semana é o ideal para beneficiar o cérebro e deve ser esta a meta do "exercício neurológico". Segundo os autores, o grupo que andou menos dez quilômetros por semana apresentou um maior encolhimento cerebral ligado à idade que o de pessoas que andavam mais que essa distância.

- O cérebro encolhe na fase mais avançada da idade adulta, o que pode causar problemas de memória. Os resultados do nosso trabalho estimulam a realização de novas pesquisas para saber se exercício físico em pessoas mais velhas são uma medida eficaz contra demências, incluindo Alzheimer - disse Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh e líder do estudo.

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, mata lentamente as células do cérebro, e atividades como caminhadas têm sido indicadas para aumentar o volume do cérebro.


Fonte: Jornal O Globo

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Brasil volta a cair em ranking de igualdade entre sexos

Boa notícia para as mulheres do mundo, mas não para as brasileiras: a igualdade entre os sexos está aumentando na grande maioria dos países, segundo o ranking do Fórum Econômico Mundial chamado Gender Gap, no qual o Brasil caiu da 81ª primeira para a 85ª posição este ano. Desde que o estudo começou a ser feito, em 2006, 86% dos países estudados aproximaram as condições de vida e de renda entre mulheres e homens; o Brasil, porém, ficou no mesmo lugar, com uma melhora insignificante, na faixa de 1%, na taxa de igualdade.

Para a economista Saadia Zahiri, uma das coordenadoras do estudo e diretora do programa de liderança para mulheres do Fórum Econômico Mundial, os resultados mundiais são animadores, e revelam o acerto de algumas políticas públicas adotadas nos mais diversos países.

- O que mais nos anima é que estamos vendo avanços tanto no topo do ranking quanto na parte de baixo, nos países que já estavam bem e em outros que conseguiram resultados importantes nos últimos anos. Não apenas na Noruega ou na Finlândia, mas também em países como os Emirados Árabes - disse Saadia.

Os 14 indicadores do Gender Gap incluem acesso à educação, expectativa de vida, participação no mercado de trabalho, remuneração, participação política (número de mulheres no Congresso e nos altos escalões do governo). Aqueles em que o Brasil vai pior são a desigualdade na remuneração - o estudo aponta que a mulher brasileira ganha pouco mais da metade do homem para fazer o mesmo trabalho - e a baixa participação política, com apenas 9% de mulheres no Congresso.

A pesquisadora nota que o Brasil melhorou muito, em termos de igualdade, na esfera da educação fundamental e básica, nos níveis de alfabetização, e que, no que diz respeito ao ensino universitário, as mulheres já ocupam mais vagas que os homens.

- Isso é extremamente importante nesse momento, em que o país está mudando de perfil, passando a ser uma economia mais voltada para a inovação e o conhecimento. É preciso assegurar que todo esse talento vai ser integrado à economia, mas quando você olha os níveis de participação na economia, as mulheres têm 64%, contra 85% dos homens, uma diferença enromeenorme. - observa Saadia.

O grande problema do Brasil, segundo a economista, é que a integração de grandes contingentes de mulheres às escolas e ao mercado de trabalho não está se traduzindo em maior igualdade de renda. Em termos de percepção sobre salários, os executivos brasileiros acreditam que as mulheres estão ganhando pouco mais da metade da remuneração dos homens para fazer o mesmo trabalho: US$ 7 mil anuais, em média, para mulheres, US$ 12 mil para homens. A percepção de igualdade de salários, se fosse o único indicador, colocaria o Brasil na 123ª posição, e, nesse indicador, o Brasil vem piorando a cada ano.

As mulheres brasileiras já são maioria nas ocupações com formação técnica ou universitária (52%), mas apenas 36% chegam aos postos de comando, o que é apontado pelo estudo do Fórum Econômico Mundial como um dos índices de maior desigualdade de gênero no país.

O Brasil vai mal na comparação com os vizinhos: a Argentina aparece na 28ª posição no ranking, e o Chile, na 48ª. Quatro países nórdicos se mantiveram no topo da lista: Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia. São países que se saem bem em todos os pontos aferidos pelo Fórum, e já reduziram a desigualdade entre gêneros em mais de 80%. Na Suécia, a licença pelo nascimento de um filho é em média de um ano, podendo ser estendida com redução proporcional de salário, mas tem que ser exercida ao menos em parte pelo pai. São cada vez mais frequentes os casos de famílias em que marido e mulher dividem em proporções mais equilibradas, ou até iguais, o tempo de licença.

- É claro que os países nórdicos têm níveis de impostos muito altos, e que suas políticas são difíceis de reproduzir ao redor do mundo. Mas há muitas coisas que podem ser aplicadas em outros lugares, como a igualdade na distribuição de cargos nos conselhos e a substituição do conceito da licença-maternidade pelo de uma licença para os pais - afirmou a pesquisadora.
Em escala global, a presença de mulheres em cargos políticos, que era de 14% em 2006, subiu para 18% este ano, revelam os dados do estudo.

Os Estados Unidos subiram no ranking, chegando à 19ª colocação, principalmente devido à nomeação de um grande número de mulheres para cargos importantes no governo do presidente Barack Obama, entre os quais a secretária de Estado, Hillary Clinton. Segundo Saadia, a importância de modelos reais nos quais as pessoas se inspirem é grande.

- Há um impacto dos modelos de liderança: ter um exemplo de liderança feminina afeta enormemente a próxima geração, seja na política, nos negócios ou em qualquer campo. Um exemplo tão físico, tão palpável, afeta a dinâmica do processo.

Na Ásia, o melhor desempenho foi o das Filipinas, um dos únicos oito países do mundo a já ter eliminado as diferenças entre os sexos nos indicadores de saúde e educação.

Fonte: Jornal O Globo

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Inflação para terceira idade é menor que a geral no 3º trimestre

A inflação de produtos consumidos e voltados para os idosos se manteve perto da estabilidade no terceiro trimestre, ainda inferior ao índice inflacionário geral. Segundo estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) variou 0,05% neste trimestre, segue abaixo do indicador geral brasileiro (IPC-BR), que foi de 0,17%.

No acumulado de 12 meses, o IPC-3i, que considera como terceira idade os indivíduos com mais de 60 anos, está em 4,25%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Brasileiro (IPC-BR) marca 4,36%. A variação do IPC-3i neste trimestre é 0,87 ponto percentual menor que a do trimestre imediatamente anterior.

Na divisão por setores, o grupo de Transportes (-0,62% para 0,33%) registrou alta, motivado pelo aumento no preço do álcool. Para compensar, Alimentação (0,01% para -1,27%), Habitação (1,38% para 0,85%), Vestuário (3,58% para -0,87%), Despesas Diversas (1,12% para 0,33%), Saúde e Cuidados Pessoais (2,12% para 1,05%) e Educação, Leitura e Recreação (0,74% para 0,05%) tiveram baixa, mantendo o IPC-3i estável.
Fonte: Jornal O Dia

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia do Idoso

Aos poucos, a sociedade brasileira vai se dando conta de que não é tão jovem quanto era na década passada. Já existem mais adultos e idosos do que crianças, o que obriga tanto o Poder Público, quanto a própria sociedade, a se adequarem a esta nova realidade.

Porém, apesar dos avanços, principalmente no processo de conscientização e legislação, e das ações do Poder Público nas áreas de assistência e saúde, ainda há muito no que avançar no respeito e na reverência, dos quais os idosos são merecedores. Na verdade, o idoso ainda é maltratado em casa, na rua, no banco, nos ônibus, nos hospitais, nas delegacias... Enfim, a discriminação pela idade ainda é uma mancha negra que, hipocritamente, a sociedade tenta esconder, camuflando-a sob a propaganda midiática e enganosa, que nos vende a ilusão da juventude eterna.

É preciso recuperar o respeito verdadeiro ao idoso, pois este é o futuro de todos nós, que almejamos viver mais e melhor. E uma frase, dita por uma das minhas queridas amigas, que tem oitenta e poucos anos, reflete muito bem esta expectativa: ‘quem não envelhece, morre cedo’. Meio trágico, mas real.
Portanto, viva, procurando, sempre, aproveitar ao máximo os prazeres contidos em cada uma das fases de nossa existência.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mais idosos e menos crianças

Dados preliminares do Censo do IBGE mostram maior participação de pessoas com idade acima de 65 anos e queda no número de habitantes de até 14 anos, resultado da ampliação da longevidade e da baixa da quantidade de nascimentos


POR MICHEL ALECRIM

Rio - Com 80% da população do País recenseada, pode-se já notar um perfil mais idoso dos brasileiros. Por outro lado, o Censo do IBGE mostra redução no número de nascimentos, estreitando a base da pirâmide etária nacional. O levantamento entra na reta final contando com a colaboração da população até 31 de outubro para que o retrato feito do Brasil seja o mais fiel possível.
Segundo o IBGE, caiu de 9,64% para 7,17% a participação das crianças de até 4 anos na população brasileira. Isso é resultado do menor número de filhos por mulher. Já a maior longevidade provoca outro fenômeno: o do aumento da população idosa. Enquanto em 2000 as pessoas com mais de 65 anos eram 5,85% dos brasileiros, até o momento esse percentual está em 7,66%.
Para o presidente do instituto, Eduardo Pereira Nunes, ambas as tendências acabam resultando numa diminuição no número de moradores por domicílio. Há dez anos cada teto abrigava 3,79 pessoas e atualmente esse número é de 3,34.
“Há informações claras de mudança do padrão demográfico da população brasileira. Estamos percebendo uma acentuada redução da taxa de fecundidade. É algo bastante expressivo e característico do Brasil. Está ocorrendo de forma generalizada tanto na área urbana quanto na rural”, afirma Nunes.
O Estado do Rio é um dos que têm a população mais idosa e consequentemente com famílias mais reduzidas. Em média por domicílio há 3,06 moradores, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul (2,99). Já foram recenseados 80% da população fluminense, totalizando até ontem 12.753.304 habitantes. No País, já foram contados 153.622.840 pessoas.
Apesar do envelhecimento da população, o Brasil continua sendo um País jovem, já que 50,77% têm menos de 30 anos, e em crescimento.
Fonte: Jornal O Dia

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Doenças crônicas atingem quase metade dos idosos no país, aponta IBGE

RIO - Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira indica que quase a metade dos idosos (48,9%) do país sofre de mais de uma doença crônica, como diabetes, problemas cardiovasculares e câncer. A Síntese de Indicadores Sociais 2009, que apresentou dados de levantamento feito em 2008, mostra que, à medida que a pessoa envelhece, maiores são as chances de contrair uma doença crônica. No subgrupo com 75 anos ou mais, a taxa é de 54%.

Entre as doenças, a hipertensão é a que mais aparece (50%) em idosos (acima de 60 anos). Dores na coluna e artrite ou reumatismo também são frequentes e atingem 35,1% e 24,2%, respectivamente, das pessoas nessa faixa etária.

"Envelhecer sem doença crônica é uma exceção, entretanto, ter a doença não significa necessariamente exclusão social. Se o idoso continua ativo da sociedade, mantendo sua autoestima, é considerado saudável pelos estudiosos", destaca o estudo.

Dessa forma, a pesquisa justifica o fato de 45,5% dos idosos terem avaliado o estado de saúde como bom ou muito bom. Segundo o levantamento, 12,6% avaliam que a saúde está ruim ou muito ruim, sendo que a maioria é formada por pretos e pardos com mais de 75 anos e renda de meio salário mínimo.

Em relação à saúde, também chama a atenção o fato de 32,5% dos idosos não terem o domicílio cadastrado em programas de saúde do governo ou não terem cobertura de planos particulares. No Rio de Janeiro, 49,1% das pessoas nessa faixa de idade estavam sem cobertura.

A pesquisa também traçou o perfil do idoso no país. Mulheres (55,8%), brancos (55,4%) e com menos de um ano de escolaridade (30,7%) são maioria. Com relação à renda, pouco menos de 12% viviam com cerca de metade de um salário mínimo e 66% estavam aposentados.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 12 de setembro de 2010

Negócios voltados para a terceira idade ganham força no mercado

RIO - No embalo do aumento da expectativa de vida do brasileiro, negócios voltados para pessoas com mais de 60 anos ganham força no mercado. Academias, spas, cursos de formação para cuidadores e atendimento médico domiciliar são algumas das possibilidades de serviços que tem como foco a melhoria da saúde e da qualidade de vida da terceira idade, como mostra reportagem de Paula Dias publicada neste domingo.

De olho nos passos desse novo público consumidor, o Harmonya Spa, que existe há seis anos no Centro Empresarial BarraShopping, abriu em novembro do ano passado o Harmonya Senior. Além de atividades de lazer, o espaço em Vargem Pequena conta com serviços de reabilitação cognitiva, fisioterapia, reeducação alimentar e terapia psicogeriátrica, conduzidos por uma equipe interdisciplinar que desenvolve programas personalizados.

- As atividades beneficiam quem é independente e estimulam os que já têm algum grau de comprometimento físico ou mental a recuperar a sua capacidade de realizar tarefas diárias - diz Daniel Chaves, diretor médico do spa.

Para acompanhar o nível cada vez maior de exigência desse público, a empresária Ana Camila Bottecchia criou, também no ano passado, a Kanguruh Terceira Idade (K3i), que investe em qualificação para cuidadores de idosos. A proposta tem dado tão certo que a empresa já cresceu, em três meses, o que era esperado em um ano.

- É preciso ser uma pessoa pró-ativa, consciente e flexível para lidar com todo tipo de situação. Por isso é tão difícil encontrar profissionais qualificados nessa área e que ainda desenvolvam um vínculo afetivo com o idoso - diz Ana Camila, acrescentando que a empresa ainda promove o encaminhamento de cuidadores através de um banco de currículos.

Especializada em atendimento médico domiciliar, a Pronep quer preencher essa lacuna investindo em capacitação. Além de cursos a distância, a empresa também está montando um programa de treinamento para técnicos e auxiliares de enfermagem através de simuladores robóticos, em parceria com a Berkeley, empresa de inteligência em saúde.

- Uma das competências mais importantes para quem trabalha na área é a comunicação com foco no idoso. É preciso ter uma linguagem específica e capacidade de ouvir, além de entender a fisiologia do envelhecimento e propor ações de prevenção de doenças - diz o doutor Josier Vilar, diretor da Pronep, que vem crescendo mais de 20% ao ano desde 2005.
FONTE: O Globo

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O celular projetado para a terceira idade

Esse é o S302, celular desenvolvido pela fabricante chinesa ZTE para atender às demandas da terceira idade no Brasil e na Europa

Empresas adaptam produtos para terceira idade

CVC, Tecnisa e Maturi querem conquistar os brasileiros que vivem mais e com qualidade de vida
Os brasileiros estão vivendo mais e impondo novos desafios às empresas que precisam se adaptar a essa realidade. Em 2008, a média de vida no Brasil era de 72,8 anos. Em 2020 deve chegar a 76,1, e, em 2050, a 81,3, segundo dados do IBGE. Apartamentos alterados, celulares e cosméticos voltados para o público sênior mostram que este segmento começa a entrar na estratégia das companhias.

Os consumidores mais velhos também estão com mais dinheiro. A faixa etária representa 43% da classe de renda mais alta (acima de dez salários mínimos) e indica que a tendência é que o país envelheça melhor. Em 2005, apenas 17% dos brasileiros tinham mais de 50 anos e a expectativa é que o número chegue a 29% até 2025.“O Brasil está prestes a passar pelo que chamamos de bônus demográfico, quando a massa de população economicamente ativa é maior do que a de crianças e idosos. Até 2035, cada vez mais crescerá o número de idosos, enquanto a taxa de fecundidade continuará caindo. É importante que as empresas estejam atentas para atender esse consumidor”, aponta Paulo Carramenha (foto), Diretor Presidente da GFK CR Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Imóveis com características especiais
A Tecnisa percebeu a oportunidade de investir em produtos focados nesse consumidor. Desde 2008, a construtora vem estudando as necessidades dessas pessoas e apresenta agora o seu primeiro empreendimento com características que atendem à chamada “melhor idade”.
“Há dois anos lançamos um empreendimento e vimos que 15% dos compradores estavam na faixa etária acima de 55 anos. Como não tínhamos grandes preocupações voltadas para este público, contratamos uma empresa de gerontologia com profissionais que fizeram um relatório com erros e acertos”, explica Patrícia Valadares, Gerente de Projetos da Tecnisa, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Apesar de não ser específico para a terceira idade, o Bossa Nova, localizado em Santos, litoral paulista, é resultado de um trabalho de pesquisa que identificou pequenos detalhes que poderiam fazer a diferença na vida destes moradores. As áreas comuns lembram a de qualquer outro empreendimento, mas sofreram mudanças que garantem mais qualidade de vida, segurança e conforto.
Projeto baseado na inclusão
O trabalho envolveu desde o mobiliário até a escada da piscina, passando pelo piso e pela decoração do salão de festa, que não contam apenas com a imagem de crianças e jovens, mas trazem também a de idosos. Todo o processo foi baseado na inclusão.
“Percebemos a nova formatação social e que a terceira idade é um nicho de mercado. Essas pessoas estão consumindo com qualidade. Compram imóveis porque casaram de novo, ou porque os filhos saíram de casa e querem um apartamento menor”, ressalta Patrícia.

O interior dos apartamentos também não foi alterado, mas, para aqueles que quiserem adaptá-lo, a Tecnisa oferece a consultoria de profissionais e o trabalho de reforma a preço de custo. Lançado há menos de um mês, o Bossa Nova já está 40% vendido, totalizando 79 unidades. Em 2011, a construtora espera lançar o Araribá, segundo projeto com características para a terceira idade.

Pensando na inclusão dos idosos, a ZTE, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações, também vislumbrou uma oportunidade. A empresa lança no Rio de Janeiro o seu primeiro celular desenvolvido para a terceira idade, o S302. Disponível nas lojas da rede VIP, com preço sugerido de R$ 169,00, o aparelho tem teclas grandes e bem iluminadas, além de funções simplificadas com fácil acesso ao rádio FM, bateria com duração de até dez dias e lanterna LED.
Beleza na terceira idade
Outro diferencial do S302 é a tecla SOS. O botão foi acoplado na parte de trás do telefone para ser utilizado em caso de emergência. Quando o usuário aperta a tecla durante três segundos, o aparelho liga automaticamente para até quatro números pré-cadastrados, um por um, até que um deles atenda. Quando um dos números atende, o viva-voz começa a funcionar automaticamente e a função também envia uma mensagem de texto para todos os quatro números pré-definidos.

“O modelo não é específico para o Brasil, mas desenvolvido para o mercado mundial, com foco em regiões onde a população está envelhecendo, como a Europa. Aqui também observamos uma oportunidade para este mercado e, em breve, o produto estará disponível em São Paulo”, explica Bernardo Weisz, Diretor de Terminais da ZTE no Brasil, em entrevista ao portal.

A Maturi não só enxergou o potencial da terceira idade, como foi além. A marca de cosméticos nasceu para atender as necessidades e os desejos destes consumidores. “Nossos produtos focam pessoas com pele madura, o que começa a ser observado aos 40 anos. Não propomos rejuvenescimento, mas oferecemos soluções para quem busca qualidade e saúde para a pele e os cabelos”, aponta Flávio Rijo, Diretor Geral da Maturi, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Maturi quer expandir marca
A linha com sete itens, entre shampoo, condicionador e hidratante, foi lançada em outubro do ano passado e está presente em 150 pontos-de-venda de São Paulo e do Rio de Janeiro, além da loja virtual que entrega em todo o Brasil. Agora, a Maturi chega ao Rio Grande do Sul e já pensa em expansão de marca, com o lançamento de produtos de vestuário e alimentação funcional para o ano que vem.

Até o fim de 2011 serão lançados outros 10 produtos da linha de cosméticos, cinco no primeiro semestre e outros cinco no segundo. A estratégia de Marketing da Maturi contempla principalmente a informação e o esclarecimento sobre os benefícios da marca. Para isso, a empresa conta com promotoras treinadas no ponto-de-venda e se preocupa em não isolar os produtos, que ficam sempre juntos dos demais nas gôndolas.
“Não queremos segregar e rotular a marca. Buscamos credibilidade e confiança. Não nos preocupamos apenas com o conteúdo, mas também com a usabilidade dos produtos. A embalagem tem uma pegada mais fácil, mesmo molhada não escorrega, e traz somente as informações essenciais, com fontes maiores para facilitar a leitura”, ressalta Rijo.
Renda deve chegar a R$ 25 bi até 2020
A expansão deste mercado é favorável ainda para empresas que não atendem apenas os consumidores seniores. Hoje, a CVC conta com 750 mil clientes com mais de 50 anos. A expectativa é que em 2011 esse número chegue a 1,4 milhão. Somente em 2009, a operadora embarcou mais de 91 mil passageiros acima dos 60 anos, em viagens nacionais e internacionais, respondendo por aproximadamente 20% das vendas totais.
Uma das opções preferidas da terceira idade são os cruzeiros marítimos, que correspondem a 60% dos pacotes comercializados para estes consumidores. De acordo com a operadora, o estilo de comportamento faz com que os clientes mais velhos sejam bons planejadores de viagens, fechando a compra do pacote com bastante antecedência e viajando com mais frequência, pelo menos uma vez ao ano.

A expansão do orçamento dos idosos, aliada à qualidade de vida cada vez mais presente, mostra a importância desse público no mercado de consumo. “Em 2006, o rendimento desse grupo era de R$ 16 bilhões ao ano e deve chegar a R$ 25 bilhões até 2020, um crescimento de 56%. Quanto mais dinheiro, mais os brasileiros chegarão à terceira idade com poder de compra. Na Fiat, por exemplo, 12% dos compradores têm mais de 50 anos e a previsão é que, em 2030, sejam 20%”, diz Carramenha.

Fonte: Mundo do Marketing

OMS alerta, mais uma vez, para o perigo das quedas na terceira idade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou, na semana passada, novo estudo que só confirma o que especialistas já vêm discuntindo há tempos, um assunto do qual eu tanto falo aqui no blog e no meu site: as quedas na vida idosos são, de fato, um divisor de águas. Confira aqui algumas dicas de prevenção, publicadas neste blog em junho deste ano. Saiba mais dobre o estudo da OMS:

Terceira idade, maior vítima de quedas que levam à morte

Estudo da OMS revelou que mais de 37 milhões de tombos graves são registrados todos os anos; a maioria das vítimas fatais tem mais de 65 anos.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, sugere que pessoas na terceira idade são as maiores vítimas de tombos fatais. As quedas são a segunda maior causa de morte acidental em todo o mundo.

De acordo com a pesquisa da OMS, divulgada na terça-feira, todos os anos, mais de 37 milhões de pessoas sofrem tombos graves e precisam ser hospitalizadas. Oito de cada 10 acidentes ocorrem em países de rendas baixa e média. A maior parte dos óbitos por queda ocorre entre a população com mais de 65 anos.

Prevenção

A OMS recomenda aos governos que revejam estratégias de prevenção com foco na educação, treinamento e criação de ambientes seguros para a terceira idade. Para a agência, o assunto se tornou um problema de saúde pública.

Com base numa política implementada no Canadá, o estudo revelou que estratégias de prevenção ajudariam a reduzir 20% dos acidentes entre crianças com menos de 10 anos. Crianças e jovens também são vítimas de tombos, mas na maioria dos casos, existem maiores chances de recuperação.

As quedas fatais matam 424 mil pessoas por ano.

Fonte: Site da ONU

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O mercado de trabalho e a terceira idade no Brasil

O crescimento da parcela da população com mais de 60 anos, além de já ser uma realidade, tende a se acentuar no Brasil nos próximos anos. Por isso, como venho comentando há algum tempo neste blog, o mercado de trabalho precisa acordar, e rápido, para esta nova realidade. É o que confirma matéria publicada hoje no jornal O Globo. Confira:

Envelhecimento da população desafia o mercado

Interesse pela mão de obra de idosos cresce, mas não acompanha acelerado avanço da faixa etária

Por Chico Otávio

Procura-se profissional acima dos 60 anos... Para um mercado de trabalho que insiste em enxergar o Brasil como um país jovem, o anúncio de emprego pode sugerir um trote. Mas não é. Gente como o comerciante Antônio Fiori, a empresária Márcia Lima Gabionetta e a assistente social Renata Hauck faz parte de um pequeno, mas promissor, grupo de empregadores que resolveu trocar o vigor da juventude pela experiência e a assiduidade dos mais velhos. Para as vagas abertas em seus negócios, eles optaram pelo trabalhador idoso.

As projeções indicam que o país a ser revelado pelo Censo 2010 do IBGE terá um contingente de 14 milhões de idosos. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reforçam o fenômeno: se a população total cresce à taxa de 0,9% ao ano, o incremento de pessoas acima dos 60 anos avança quatro vezes mais (3,8% anuais). Para muitos, os números sinalizam um problema quando cruzados com as contas da Previdência ou com o sistema de saúde. Há outros, porém, que preferem entendêlos como nicho de negócios:

- O retorno é garantido. Os idosos são pessoas responsáveis e centradas. Não dão trabalho, não faltam. Já os jovens têm outras ambições, como as baladas do fim de semana - afirma o comerciante paulista Antônio Fiori, dono de uma fornecedora de areia e pedras, que acaba de contratar um idoso para gerente.

Como o país está envelhecendo, o desafio civilizatório que se impõe, preveem os demógrafos, é aumentar a idade produtiva da população. Em vez de estimular a ociosidade da terceira idade ou alterar o fator previdenciário, para evitar que o equilíbrio atuarial fique insustentável, a alternativa seria dotar os idosos de capacidade física para adiar a retirada da vida produtiva.

- O Brasil não estava preparado para envelhecer. Se a perspectiva era se aposentar e viver no máximo oito anos, hoje a pessoa chega a ter mais 20, 30 anos de vida. Nenhuma sociedade pode jogar fora essa mão de obra - diz o médico Renato Veras, diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati/Uerj).

No caminho de volta ao mercado, o aposentado tem deixado a carteira de trabalho em casa. Quase metade dos trabalhadores ocupados acima dos 60 anos (44%) é autônoma, enquanto 31,4% são assalariados, 9,8%, empregados domésticos e 9,7%, empregadores.

- Há dois tipos de idosos no mercado informal: o mais escolarizado, que geralmente é um profissional liberal e se beneficia de sua experiência, e o menos escolarizado, que encontramos muito na agricultura - explica a economista Ana Amélia Camarano, coordenadora de Pesquisa em População e Cidadania do Ipea.

No ano passado, 55% da população masculina entre 60 e 69 anos ainda trabalhavam. Muitos, principalmente nas faixas de renda mais baixas, prolongaram a idade produtiva para reforçar a diminuta aposentadoria quando a família cresceu. Um deles é Horacildo de Castro, de 69 anos, que virou homemplaca pelas ruas de São Paulo.

Ex-metalúrgico da Mafersa, Horacildo passou em casa os primeiros anos da aposentadoria, na década de 90. Até que a sua mulher resolveu adotar uma recém-nascida. Desde então, o velho operário do aço trabalha com outros metais: fica nove horas por dia na rua para ganhar R$ 20 anunciando a compra de ouro, platina e brilhantes.

- Sem o biscate, não daria para criar a menina. Carrego a placa faça chuva, faça sol. Os seguranças das lojas vivem me tocando para outro lugar - diz o homem-placa, cuja filha de criação já tem 15 anos.

Mas, apesar das intempéries, Horacildo segue em frente. E é isso que encanta os empregadores que têm optado pela terceira idade. Com o idoso, não há tempo ruim. Principalmente quando o desafio profissional é conviver com pessoas da mesma idade.

A assistente social Renata Hauck ajudou a tia, médica, a procurar uma aposentada para ser funcionária do seu consultório, em Belo Horizonte:

- Jovens têm sempre problemas. O namorado ou o filho pequeno. Se faltam, não há como minha tia fazer os procedimentos do consultório. Aposentada não tem filho pequeno. Contratamos uma senhora simpática, com experiência de vida. Passa algo agradável às pacientes na sala de espera.

O aposentado representa um baixo custo. Não faz questão de carteira assinada e vê o salário como um complemento de renda. Há casos em que nem salário é necessário. Com vasta experiência acumulada, saúde e vontade de contribuir, o aposentado abraça o voluntariado.

Na prefeitura de Niterói, por exemplo, os responsáveis por licitações suam frio quando chega o aposentado Guilherme Magalhães. Ele é um dos trabalhadores idosos qualificados que fazem da experiência a senha para o reingresso na vida produtiva. Ex-gerente de Negócios do Banco do Brasil, onde trabalhou por 32 anos, Magalhães é hoje fiscal voluntário do Observatório Social da cidade, ONG de olho nas contas municipais.

- As pessoas não acreditam que você pode mudar a realidade. Além disso, precisamos nos sentir produtivos, mesmo sem remuneração - orgulha-se Magalhães.

Não são poucos os casos de aposentados que, sentindo-se produtivos, encontraram as portas do mercado fechadas ou quebraram a cara ao tentar um negócio. O paulista Luiz Pinto Cepinho, também bancário, aderiu ao plano de demissões voluntárias do BB, montou restaurante e faliu. Hoje, sobrevive como fotógrafo de festas, e luta para voltar ao BB pela via judicial.

Demissões espontâneas, aposentadoria compulsória e outros mecanismos encurtam a vida ativa de milhares de trabalhadores. Há lugares, porém, em que a experiência com os mais velhos foi tão boa que motivou a continuidade:

- Perdi um serralheiro que ainda trabalhava quando morreu aos 80. Para substituí-lo, quero outro idoso - diz a empresária Márcia Lima Gabionetta, dona de uma fábrica de tendas e barracas para feiras.

sábado, 28 de agosto de 2010

Horário eleitoral gratuito: uma necessidade cidadã

Neste período eleitoral, em que a busca pela preferência do voto mobiliza a classe política no sentido de seduzir e convencer os eleitores, a discussão sobre a propaganda política gratuita no rádio e na TV vem à tona. A questão, inclusive, já se transformou em um eterno debate entre adeptos e críticos à sua utilização.
Pelos que são contrários, um dos argumentos é de que a audiência diminui em horário nobre assim que é anunciado o "interrompemos a nossa programação para exibição da propaganda política obrigatória", com o conseqüente recuo em arrecadação de tarifas e impostos. Acham, também, que, mesmo com a exibição diária de propostas e candidatos, tal exposição não influencia o voto do eleitor.
O que faço questão de ressaltar é que influencia, sim. Decide, sim. Pois pesquisas de intenção de voto do eleitorado comprovam que há mudança nos números antes e depois do início da propaganda gratuita no rádio e na TV. Além do mais, a legislação eleitoral tem inibido cada vez mais a propaganda das candidaturas, o que contribui para tornar o uso do horário eleitoral gratuito fundamental para o resultado final dos pleitos.
Se há distorções quanto ao uso do espaço pelos partidos, que a discussão avance no sentido de corrigi-las, mas nunca na direção de calar a voz dos candidatos. Muitos só têm no horário gratuito de rádio e TV única forma de divulgar seus nomes e suas propostas.
Não concordo que se obstrua mais este canal entre política e sociedade, sob quaisquer argumentos que, para mim, só contribuirão para alijar ainda mais a sociedade das grandes decisões nacionais. Isto só contribui para a alienação maior do povo. E, nestes tempos, de participação cidadã, é inadmissível.
Por Cristiane Brasil, publicado no jornal O Dia (RJ), em 27/08/2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Envelhecimento ativo do idoso traz benefícios à sociedade

Com o envelhecimento acelerado da população, a sociedade brasileira está diante de um grande desafio. Ela precisa se preparar para manter o idoso ativo e produtivo, caso contrário o risco de doenças psicológicas e cognitivas irá aumentar. Hoje, o país tem cerca de 20 milhões de idosos e pelo menos 15% são portadores de depressão. Em 40 anos, o percentual de idosos deve dobrar, passando de 6,67% para pouco mais de 13% da população total do país. O crescimento da depressão pode acompanhar ou até superar este ritmo. A doença avança conforme a pessoa se torna inativa e isso favorece outras doenças cognitivas, como o Mal de Alzheimer.

Por outro lado, se a sociedade passasse a oferecer mais atividades aos idosos, o risco de desenvolver doenças cognitivas e as chances de postergar o avanço delas seriam bem menores. É justamente isso que a pesquisadora Margareth Brandini Park pretende com seu livro “Educação e Velhice”, da Editora Setembro.

A pedagoga, ligada ao Centro Memória Unicamp (CMU), reuniu para a obra trabalhos de 20 pesquisadores sobre longevidade, em parceria com o sociólogo Luís Antônio Groppo. Os textos relatam experiências bem-sucedidas com a terceira idade, todas ligadas a ambientes de educação.
“São propostas de intergeracionalidade, nas quais aproximamos idosos de jovens. A energia de crianças e adolescentes mexe com o idoso, e a experiência do idoso acalma e desperta interesse em jovens”, resume a pesquisadora.
Ela cita o exemplo de uma escola municipal de Jarinú, no interior de São Paulo. “Idosos foram convidados para contar suas memórias aos alunos e isso os ajudou a reconstruir um retrato do passado da cidade”, conta a pedagoga. Os idosos contavam como era a escola, o ambiente e as brincadeiras antigas, entre outras coisas. Outro grupo de idosos fez uma atividade semelhante.
“Eles ajudaram a identificar um acervo fotográfico antigo da cidade”, afirma. As duas atividades são consideradas exercícios para a memória, indicados e bastante utilizados no combate de níveis leves e moderados de demência.
Outra maneira de melhorar a autoestima na terceira idade é com os jornais comunitários, mostra a pesquisadora no capítulo 7 do livro. O idoso aparece como uma espécie de “guardião da memória” do bairro, ao apresentar suas recordações em jornais comunitários. Em outro caso, a pesquisadora mostra o trabalho feito por um grupo de idosos, adeptos ao batuque de umbigada. Essa dança de origem africana, que também utiliza instrumentos de percussão, passou a ser ensinada a jovens interessados em música.
“São todos exemplos positivos, que podem ser aproveitados em outros trabalhos de inserção do idoso na sociedade”, afirma a pedagoga.

Fonte: IG

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Melhor amigo do idoso é o porteiro do prédio, diz pesquisa

O melhor amigo do idoso é o porteiro do seu prédio, e o pior inimigo é o motorista de ônibus. As conclusões são de uma pesquisa coordenada pelo professor Alexandre Kalache, especialista em terceira idade, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. “As respostas foram espontâneas, ninguém perguntou quem era o melhor amigo ou o pior inimigo, os idosos deram essas informações espontaneamente”, diz o professor.

O porteiro é o melhor amigo do idoso porque monitora a sua situação, ajuda quando há uma necessidade, está atento e conversa com o idoso, criando uma relação de confiança, segundo Kalache. “É ele quem ajuda a carregar compras, troca uma lâmpada quando necessário, e dá atenção ao idoso”, explica o professor. Já os motoristas de ônibus são vistos como os piores inimigos porque não param no ponto e arrancam antes que o idoso possa se sentar, dificultando o transporte.

A última conclusão da pesquisa foi que a maior preocupação dos idosos é com a segurança. A pesquisa, feita pela primeira vez em 2006 em Copacabana, teve a adesão de outras 35 cidades, formando uma rede global pelas cidades amigas dos idosos. Com isso, as cidades podem trocar experiências e melhorar as condições de vida ativa para os idosos que moram nelas.
“Em Nova York, o programa está muito adiantado, é uma prioridade do governo do prefeito Michael Bloomberg”, diz Kalache.

Fonte: IG

Ritmo de caminhada revela saúde do idoso

Cérebro, coluna, nervos, músculos, articulações. Coração e pulmões. Juntos, e funcionando bem, são eles que permitem o caminhar ereto, ritmado de tantos idosos. Mas se o complexo sistema não vai bem, os pés arrastam-se, a coluna dobra, o movimento é cada vez mais lento.

Médicos defendem que a velocidade de marcha também seja considerada um medidor de saúde durante o envelhecimento, tão relevante quanto outros quatro sinais vitais já avaliados nas consultas: pressão, frequência respiratória, temperatura e massa corporal. Perder a velocidade dos movimentos é um sinal natural de diminuição da vitalidade, de saúde deficiente em diferentes espécies, mas muitos especialistas não levam isso em conta.
Em trabalho publicado no fim de 2009 na revista científica Journal of Nutrition, Health and Aging, membros de uma força-tarefa da Academia Internacional de Nutrição e Envelhecimento apontaram, após revisão da literatura, que a velocidade de marcha é um instrumento eficiente para prever expectativa de vida, surgimento de incapacidade física, necessidade de hospitalização, quedas e demências. Justamente por ser a expressão da interação de diferentes órgãos e estruturas do corpo. Segundo o estudo, uma velocidade de marcha menor do que 0,6 m/s deve ser considerada extremamente preocupante. Entre 0,6 a 1 m/s, a situação é regular. E acima de 1 m/s, normal.

"O andar é fundamental para o bem-estar. Todo mundo que já quebrou a perna sabe o quanto é ruim. As pessoas se preocupam com o idoso, mas não com sua mobilidade", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo Stephanie Studenski, professora da divisão de Medicina Geriátrica da Universidade de Pittsburgh (EUA) e uma das maiores autoridades mundiais em mobilidade de idosos. Ela esteve no 17.º Congresso Brasileiro de Geriatria, no mês passado, em Belo Horizonte.
Anormalidades na marcha podem indicar, por exemplo, o avanço de uma doença que já acomete o idoso, como uma cardiopatia, ou então um ou vários problemas de saúde desconhecidos que demandam investigação, como artrite, doenças pulmonares, distúrbios da visão ou causados pela diabete. Mesmo a depressão pode levar um idoso a arrastar-se. Além disso, a velocidade da marcha revela o consumo de energia dos velhos, o que ajuda predizer sua capacidade de cumprir tarefas cotidianas.
Fonte: O Estado de SP

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Que mundo é este?

Inaceitável que, em pleno século XXI, a humanidade ainda se depare com episódios de barbárie em nome da lei ou de religiões, como é o caso de Sakineh Ashtiani, mulher iraniana condenada, possivelmente, à morte por apedrejamento ou enforcamento, cuja sentença pode ser cumprida a qualquer momento. Da mesma forma, é incompreensível, pelo menos para nós, ocidentais, que estados interpretem o Direito sob bases em códigos arcaicos – quase bíblicos – como é o caso do Código Penal da Sharia, a lei islâmica, que tem no apedrejamento uma forma de execução da pena capital.

Não que também no Ocidente não haja barbáries e injustiças praticadas pelo Estado e suas leis, mas sou de opinião de que lei é instrumento tão somente para se alcançar a Justiça. E não há Justiça quando o Estado ignora o mais fundamental dos direitos, que é o direito à vida.

É inegável, também, que, em certas culturas, sociedades e Estados, direitos fundamentais da pessoa humana são sonhos abstratos, considerados pecados, sendo punidos até com a morte. Neste ponto, acho que a comunidade internacional pode fazer muito mais do que campanhas publicitárias, em que alguns demagógicos governos tentam pegar uma carona, buscando simpatia sob a tragédia alheia. Só para citar um exemplo, lembro que a Apartheid era também a lei maior de um estado soberano, mesmo assim caiu depois que houve um engajamento real de públicos e nações.

Enquanto o mundo não perceber que é preciso agir, deixando interesses econômicos e políticos de lado, continuaremos assistindo, em horário nobre, cenas de atos bárbaros e cruéis cometidos contra homens e mulheres, em nome da lei ou de religiões.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Terceira idade se emprega no Censo

Eles têm cabelos brancos, experiência, paciência, credibilidade. É a turma da terceira idade, acima de 60 anos, que vai trabalhar no Censo 2010 do IBGE. A partir do próximo domingo, esses recenseadores vão se juntar aos mais jovens para visitar 58 milhões de domicílios brasileiros. Uma oportunidade de emprego temporário para aposentados e pensionistas, que poderão ganhar uma renda extra durante os três meses de duração da pesquisa. Vão receber em média R$ 800, mas, além do dinheiro, o que eles querem mesmo é ocupar a mente, conhecer pessoas, enfim, ter novas experiências. No total são 230 mil pesquisadores no Brasil. Em todo o país, 2.678 recenseadores com mais de 60 anos vão arregaçar as mangas para colher os dados do Censo 2010. Cinco selecionados têm mais de 80 anos. Os mais idosos com 87 anos vão participar do Censo em São Paulo e Goiânia.
Fonte: Diário de Pernambuco

terça-feira, 27 de julho de 2010

O amor não tem idade

Após namoro em asilo, idoso de 97 se casa com noiva de 87

Henry Kerr, de 97 anos, se casou com a namorada, Valerie Berkowitz, de 87 anos, após cortejá-la durante quatro anos. Os dois se conheceram em um asilo no bairro de Golders Green, no norte de Londres, e se casaram em uma cerimônia no local no domingo.

O casamento foi seguido por um chá para 80 convidados. Kerr disse que, quando pediu a mão de Valerie pela primeira vez, ela "caiu em uma gargalhada histérica". Mas ela aceitou quando Kerr disse que não pediria novamente.

A idade combinada dos dois é de 184 anos. "Quando estava no meio dos meus 90 anos, descobri que estava olhando para essa mulher jovem, e estava atraído por ela", disse Kerr. "Pensei comigo, "Que ridículo, como ela poderia reagir a um coroa bobo como eu"? "E bem casualmente, um dia eu disse a ela, mais por curiosidade: "O que você responderia se eu a pedisse em casamento"? "Ela caiu em uma gargalhada histérica, colocou a cabeça na mesa e riu até que lágrimas correram em seu rosto."

Valerie disse que se rendeu aos flertes de Kerr, que incluíram poesia. "Quando ele me disse, depois de me pedir em casamento todos os dias, que não pediria novamente, eu decidi que iria aceitar", disse ela.

Kerr, que se descreve como jovem de coração, disse que era importante casar para acabar com as fofocas. "O que me dá prazer agora é as pessoas não dizerem mais: 'Eles estão vivendo juntos, eles estão dormindo juntos".

O casal começou a lua-de-mel com uma caminhada no jardim do asilo.

Fonte: Jornal O Estado de SP

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vejam que legal!

Os disc jockeys sessentões
Por Rodrigo Turrer
Quem são os vovôs e as coroas que adoram música eletrônica e frequentam o primeiro curso para DJs da terceira idade do Brasil
Professor de relações internacionais com doutorado em história econômica pela Universidade de São Paulo (USP), o chileno Rodrigo Ruiz, de 63 anos, segue o figurino-padrão de seus colegas de ofício. Camisa social por dentro da calça de sarja, óculos discretos, sapatos pretos bem lustrados, uma malha de lã cáqui jogada sobre os ombros e uma pasta de couro preta nas mãos. É com essa roupa que ele dá suas aulas – e é também assim que ele chega, uma vez por semana, ao curso em que aprende os macetes para animar uma pista ao som de... música eletrônica. Isso mesmo. Ruiz é um dos alunos da primeira escola de disc jockeys para a terceira idade, no centro de São Paulo.
Quando está no comando dos toca-discos (ou pickups, como se diz entre os DJs), ele jamais põe para tocar um disco de tango, salsa ou bolero. Ruiz só tem ouvidos para as batidas que se ouvem em festas rave. “Eu sou louco por tecno e house. É demaissss!”, diz, com um sotaque que sobrevive aos 32 anos vividos em São Paulo.
O curso para DJ que Ruiz frequenta é exclusivo para pessoas acima de 50 anos. “Muita gente dessa faixa etária vinha na escola perguntar se tinha curso para DJ”, afirma Lisa Bueno, DJ há 13 anos, coordenadora do curso em sua escola, e-djs. “Quando o Rodrigo me procurou, estava até disposto a fazer aulas particulares. Como a demanda cresceu, decidi criar o curso especial, para que os alunos mais velhos não ficassem desconfortáveis ao lado dos jovens”.
Em três meses do curso, com aulas semanais de uma hora e meia, Lisa fica à frente dos pickups para mostrar o que faz um DJ. Ela prepara os alunos para lidar com equipamentos como o equalizador, que permite melhorar o som balanceando as diferentes frequências da gravação, e o mixer, usado para fazer a passagem de uma faixa para outra sem que um corte seco, ou um “buraco”, as separe. Para isso, Lisa mostra a importância de sentir a batida das músicas e sincronizá-las. Enquanto dá uma geral em todas as vertentes eletrônicas, ela ainda traduz os termos usados pelos DJs, a maioria em inglês. Suas aulas para a terceira idade só não ensinam a fazer scratch, aquele movimento de vaivém com as mãos sobre o disco de vinil que costuma ser o ponto alto de muitas apresentações, dependendo da habilidade do DJ. “Isso é para um nível avançado”, diz. Os alunos podem levar a música que quiserem. Ninguém tira do baú os vinis de Julio Iglesias, Lucho Gatica ou Ray Conniff. “Eles são bem modernos, uns trazem funk, outros jazz, mas em geral é house e eletrônico, mesmo”.
A escolha surpreende ainda mais quando se leva em conta o perfil dos alunos. Na primeira turma há uma dona de casa que se matriculou em solidariedade ao filho (ele quer ser DJ, mas enfrenta a resistência do pai). Outra senhora, fascinada por música desde a infância, quer cantar jazz e mixar as próprias músicas. Rodrigo Ruiz faz parte dos apaixonados por tecno. Com seus fones de ouvido, ele comprime os olhos ao sincronizar a batida das músicas, enquanto dobra os joelhos no ritmo do que ouve. “Sente esse som!”, diz, com o volume no máximo. Quando terminar o curso, ele pretende comandar apresentações próprias em um show pouco convencional: “Quero sincronizar música e iluminação na batida, acho irado!”, afirma, usando uma linguagem inesperada para um mestre em relações internacionais.
Para realizar seu ambicioso projeto, Ruiz comprou todo o aparato necessário para treinar em casa: pickups profissionais, aparelho para mixar e caixas de som enormes. Antenadíssimo, ele garimpa seu repertório em 300 estações de rádio da internet e usa algumas em suas mixagens caseiras. Quinzenalmente, grava coletâneas de seus sons para as quatro netas, que moram no Chile. “Elas recebem e adoram, me incentivam”, diz. Sua mulher, de 55 anos, é menos receptiva ao entusiasmo do marido DJ. “Quando começo a tocar, ela reclama. Até já conheço a desculpa: diz que está com dor de cabeça”, afirma. “Sei que ela gosta mais de samba e de bolero, mas eu acho cafona”.
O marido da artista plástica Ângela Lelia Vela, de 53 anos, também não é chegado ao som bate-estaca que a mulher põe para tocar nas aulas. Mas achou natural quando ela comunicou que faria o curso. “Ele se acostumou comigo, sabe que eu gosto de um agito”, diz Ângela. “Eu curto esportes radicais, rafting, trilhas, vou a cavernas caçar morcegos com minha filha bióloga. Meu sonho é escalar o Everest”.
Fã de todos os tipos de música, Ângela “pirou” no eletrônico depois de uma festa em que acompanhou as filhas, há quatro anos. “Fui a uma rave com elas e achei incrível, era empolgante.” Encantada com o batidão, Ângela quis aprender a comandar os pickups, por puro divertimento. Teve de desistir pela falta de cursos. Procurou de novo meses atrás, quando conheceu a DJ Mammy Rock, ou Ruth Flowers, uma senhora inglesa de 69 anos que lançou um álbum eletrônico e lota discotecas em apresentações pela Europa. “Ela é a prova de que música é a maior adrenalina, rejuvenesce”, afirma Ângela. “Tem gente que diz que quero me achar jovem, mas são uns caretas. Acham que a gente envelhece e vira mosca-morta. Eu não”.

Fonte: Revista Época

domingo, 25 de julho de 2010

A terceira idade cria chances para cuidadores

Envelhecimento da população valoriza tarefa que, há pouco tempo, era realizada pelo empregado doméstico. Com qualificação e regulamentação, profissão atrai candidatos
POR LEILA SOUZA LIMA

Rio - O número de idosos vai dobrar em 20 anos no País, segundo dados do IBGE. Em 2008, o total de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil era de 21 milhões. O Rio de Janeiro é capital nacional da terceira idade, com 14,9% da população acima dessa faixa. Diante dessa realidade, especialistas apontam o cuidador de idosos como uma das profissões mais importantes do futuro. Em geral, eles ganham a partir de R$ 1 mil mensais, em casa de classe média, dormindo no emprego de segunda a sexta ou em plantões. Mas é preciso mais que preparo técnico — a profissão exige entrega maior do que em muitas outras ocupações.

A área se tornou tão importante que levou o governo federal a implementar o Programa Nacional de Formação de Cuidadores de Idosos, executado por escolas técnicas do Sistema Único de Saúde de todo o País. “Não é necessário ser enfermeiro. É uma ocupação de livre exercício. Mas é recomendável se qualificar nos conhecimentos básicos, na saúde e nos direitos do idoso, além das atividades diárias, como higiene, alimentação, vulnerabilidade e segurança”, explica Daniel Groisman, coordenador do curso oferecido em parceria pelos ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, na Fiocruz.
EMPREGOS APÓS OS 40

A profissão foi criada pelo projeto de Lei 6.966/06, que prevê que esse profissional presta ajuda domiciliar a pessoas que não podem realizar tarefas cotidianas básicas. A regulamentação está em andamento. Na prática, patrões contratam pelo regime do empregado doméstico, com os mesmo direitos. É o que caracteriza o emprego de Magna Samuel, 46 anos, que cuida de uma senhora e faz serviços domésticos. Após viver com os pais por quase toda a vida, ela tornou-se independente quando passou a prestar assistência. “Tive alguns empregos, mas fiquei muito tempo parada. Então, fiz um curso e passei a cuidar de uma senhora. Gosto muito do que faço. A pessoa não pode forçar a barra para trabalhar nessa área”, ensina Magna.

Fonte: Jornal O Dia

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Triste realidade...

Confira matéria publicada em nesta quinta-feira, 22/07/2010, no Jornal do Brasil.

Aumento dos soropositivos com mais de 60 anos preocupa especialistas
O sensível crescimento do número de soropositivos com mais de 60 anos de idade previsto para os próximos anos representa um desafio médico e social dadas as dificuldades de vários tipos, em particular as financeiras, que devem ser enfrentadas por essas pessoas. O tema se torna cada vez mais preocupante à medida que a primeira geração de soropositivos está se aproximando dos 60 anos graças ao uso de antirretrovirais.

Esses pacientes vivem principalmente em países ocidentais, nos quais foi colocado à disposição este tipo de terapia a partir de 1996. A eles se somarão dentro de alguns anos milhões de pessoas que vivem em países pobres e nos quais o uso de antirretrovirais teve início apenas em meados da década passada.
A Aids ficou conhecida em 1981. Antes de serem desenvolvidos os tratamentos com antirretrovirais, os soropositivos no geral terminavam ficando doentes dentro de uns dez anos e morriam um ou dois anos depois disso.
Para muitos dos soropositivos que agora estão chegando a idades mais avançadas, viver com o HIV provavelmente acarretará problemas médicos, solidão e dificuldades financeiras, segundo uma palestra durante a Conferência Internacional sobre a Aids em Viena.
"Sempre houve soropositivos mais idosos, mas agora são muitos mais, e isso poderá ter enfoques novos em termos de saúde pública", estimou o diretor da ONUAids, Gottfried Hirnschall.
"Envelhecer com o HIV é mais que um desafio clínico, é também um desafio social, que não se deve limitar a uma parte do mundo", acrescentou.
Para Lisa Power, da organização de beneficência britânica, Terrence Higgins Trust, apesar de os soropositivos viverem mais tempo do que antes, sua qualidade de vida corre o risco de deteriorar-se.
Essa organização entrevistou 410 soropositivos de mais de 50 anos de idade que residem no Reino Unido. Os mesmos estão geralmente desempregados e têm poupanças inferiores às das pessoas da mesma idade e saudáveis, depois de ter previsto morrer antes de chegar a uma idade tão madura e, por isso, ter poupado menos.
Muitos deles vivem isolados, temem sofrer uma dupla discriminação pela idade e a doença e estão obcecados pelo dia em que serão internado num hospital ou em uma casa para idosos.
Um estudo apresentado por Margaret Hoffman-Terry da organização independente americana American Academy of HIV Medicine inclui números que evidenciam a existência desses problemas.
Nos Estados Unidos, o número de soropositivos de mais de 50 anos de idade passou de 20.000 em 1995 a 120.000 em 2005.
As pessoas com mais de 55 anos têm três vezes mais possibilidades de padecer uma doença crônica que uma pessoa saudável de 70 anos, segundo Hoffman-Terry.
"No futuro, teremos pacientes que viverão décadas a mais e deveremos encontrar a forma com que possam fazer isso com boa saúde", concluiu.
O sensível crescimento do número de soropositivos com mais de 60 anos de idade previsto para os próximos anos representa um desafio médico e social dadas as dificuldades de vários tipos, em particular as financeiras, que devem ser enfrentadas por essas pessoas. O tema se torna cada vez mais preocupante à medida que a primeira geração de soropositivos está se aproximando dos 60 anos graças ao uso de antirretrovirais.
Esses pacientes vivem principalmente em países ocidentais, nos quais foi colocado à disposição este tipo de terapia a partir de 1996. A eles se somarão dentro de alguns anos milhões de pessoas que vivem em países pobres e nos quais o uso de antirretrovirais teve início apenas em meados da década passada.
A Aids ficou conhecida em 1981. Antes de serem desenvolvidos os tratamentos com antirretrovirais, os soropositivos no geral terminavam ficando doentes dentro de uns dez anos e morriam um ou dois anos depois disso.
Para muitos dos soropositivos que agora estão chegando a idades mais avançadas, viver com o HIV provavelmente acarretará problemas médicos, solidão e dificuldades financeiras, segundo uma palestra durante a Conferência Internacional sobre a Aids em Viena.
"Sempre houve soropositivos mais idosos, mas agora são muitos mais, e isso poderá ter enfoques novos em termos de saúde pública", estimou o diretor da ONUAids, Gottfried Hirnschall.
"Envelhecer com o HIV é mais que um desafio clínico, é também um desafio social, que não se deve limitar a uma parte do mundo", acrescentou.
Para Lisa Power, da organização de beneficência britânica, Terrence Higgins Trust, apesar de os soropositivos viverem mais tempo do que antes, sua qualidade de vida corre o risco de deteriorar-se.
Essa organização entrevistou 410 soropositivos de mais de 50 anos de idade que residem no Reino Unido. Os mesmos estão geralmente desempregados e têm poupanças inferiores às das pessoas da mesma idade e saudáveis, depois de ter previsto morrer antes de chegar a uma idade tão madura e, por isso, ter poupado menos.
Muitos deles vivem isolados, temem sofrer uma dupla discriminação pela idade e a doença e estão obcecados pelo dia em que serão internado num hospital ou em uma casa para idosos.
Um estudo apresentado por Margaret Hoffman-Terry da organização independente americana American Academy of HIV Medicine inclui números que evidenciam a existência desses problemas.
Nos Estados Unidos, o número de soropositivos de mais de 50 anos de idade passou de 20.000 em 1995 a 120.000 em 2005.
As pessoas com mais de 55 anos têm três vezes mais possibilidades de padecer uma doença crônica que uma pessoa saudável de 70 anos, segundo Hoffman-Terry.
"No futuro, teremos pacientes que viverão décadas a mais e deveremos encontrar a forma com que possam fazer isso com boa saúde", concluiu.
Fonte: Jornal do Brasil