terça-feira, 22 de setembro de 2009

Alma não tem cor

Depois de 7 anos em tramitação, o estatuto da Igualdade Racial foi aprovado pela Câmara federal. Do conjunto de leis foram retirados temas polêmicos, como a titulação de terras quilombolas e a criação de quotas em universidades federais e programas de TV. A reserva de vagas em universidades continua num projeto em análise na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

O texto aprovado reconhece, contudo, entre outros, o direito a quotas para candidatos negros nas eleições, mas reduz o porcentual de vagas de 30% para 10%. Manteve também a promessa de incentivos fiscais para empresas com 20% de trabalhadores negros.

Para os críticos, o estatuto produz uma espécie de apartheid na sociedade brasileira, ao obrigar, por exemplo, que todos os empregadores do setor público ou privado e até escolas classifiquem trabalhadores e estudantes de acordo com a cor da pele.

Pelo lado dos que são favoráveis, o estatuto da Igualdade Racial ajuda a resgatar todo um passado escravocrata, de triste memória para humanidade, em que ser negro era não ser humano.

Para mim, isto por si só já justificaria a formalização em leis de atos e obrigações que promovessem o resgate desta dívida, mas isto não pode se transformar em antagonismos como alguns apregoam para justificar suas posições. Que bom seria se a sociedade não precisasse de cercas jurídicas para ‘proteger’ minorias, pois não se mudam preconceitos enraizados em muitos de nós por simples decreto.

O ideal é que todas as lutas fossem, sim, pela igualdade de oportunidades, pois a classificação pela cor dos olhos ou da pele não serve para mensurar o caráter de ninguém, seja branco, preto ou mulato. Já dizia o poeta que a alma não tem cor, e eu concordo. Só não concordo que a discussão acabe levando a sociedade a desconsiderar a miscigenação de um povo, onde mestiços, com cafuzos, mamelucos, brancos, negros e amarelos, formam a verdadeira raça brasileira.

5 comentários:

Anônimo disse...

Daqui a pouco vai ter o estatuto da raça branca, amarela, marron.. ou seja, a política é segregacionista por completo. Robert Miranda

WILLIANS, MORO NO ENGENHO DE DENTRO disse...

COMO DISSE, O BRASILEIRO É MESTIÇO E NAUM DEVE SE SEPARADO PELA COR.

Lucimara Menezes disse...

Eu sou Lucimara Menezes, sou negra com muita honra, e professora universitária, e concordo com leis que ajudem a inserir os negros na sociedade, enquanto não tiver acesso a educação de qualidade para todos. Concordo que o Brasil é de mestiços, mas se não houver auxílio, as minorias sempre serão discriminadas.

Anônimo disse...

A questão do racismo ou discriminação pela cor da pele sempre existiu e sempre existirá. o que precisamos fazer é dar educação para que as oportunidades sejam iguais. Eneida Miranda

MAURO ÁTILA disse...

NÃO ME CONSIDERO NEGRO NEM BRANCO, SOU MULATO E BRASILEIRO, COM MUITA HONRA. SOU DE CLASSE, DIGAMOS, MÉDIA, E FUI CRIADO NESTA CONDIÇÃO, COM TODAS AS DIFICULDADES AO BRASILEIRO COMUM. ME FORMEI E HOJE SOU PROFESOR UNIVERSITÁRIO E EMPRESÁRIO. NO BRASIL SEMPRE TEVE DISCRIMINAÇÃO. ISSO, PARA MIM, É DE CADA UM. UNS DISCRIMINAM MAIS, OUTRSO MENOS. ACHO QUE A CRAIÇÃO DE QUOTAS É RELEVANTE, SIM, MAS PARA OS QUE TÊM MENOS RECURSOS, INDEPENDENTE DA COR DA PELE. O TAL ESTATUTO RACIAL DEVERIA TER A FINALIDADE DE REPARAR INJUSTIÇAS, MA PARA MIM, DO JEITO QUE SAI NA IMPRENSA, FOMENTA A DISCRIMINAÇÃO E INTRODUZ NA SOCIEDADE A FIGURA DA SEGREGAÇÃO. E ISTO, PARA MIM, É PERIGOSO, POIS PODE ALIMENTAR FANATISMOS, COM CONSEQUÊNCIAS DESASTROSAS PARA TODA SOCIEDADE.