domingo, 1 de maio de 2011

1º de maio: constatações e reflexões

Estamos em 1º de maio de 2011, Dia Mundial do Trabalho. A mídia, nos últimos meses, vem ressaltando algumas conquistas do Governo em relação à questão do emprego no País.


Recentemente, foi anunciado um recorde na criação de novos postos de trabalho: segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no primeiro trimestre do ano foram gerados no Brasil 583.886 novos empregos formais. Com relação aos salários, as notícias oficiais também são positivas: de janeiro a março de 2011, os salários médios de admissão apresentaram um aumento real de 2,92%, em relação aos mesmos três meses de 2010. E no período compreendido entre o primeiro trimestre de 2003 e o primeiro trimestre de 2011, os salários médios de admissão evidenciaram um aumento real de 32,28%.


Em relação à geração de emprego para profissionais de mais idade, a tendência de melhora também existe. Dados atualizados do IBGE mostram que de 2003 ao primeiro trimestre de 2011, o número de pessoas com mais de 50 anos que estão trabalhando nas seis principais regiões metropolitanas do País – Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – cresceu 56,1%, enquanto o aumento médio da população empregada foi de 19,8%. Esses profissionais representam hoje 21,8%, da força de trabalho brasileira, enquanto há oito anos significavam 16,7%.


Há de se comemorar, sim, os avanços. Mas a necessidade de reflexão e de mudanças mais contundentes ainda existe. Foram décadas de lutas e sacrifícios em prol de direitos que garantiram certa dignidade ao trabalhador. Temos um bom sistema de proteção a quem trabalha, que, no meu entendimento, deve ser incentivado. Apesar disso, a situação de muitos brasileiros ainda é bastante diferente de uma realidade justa. Não são raros os casos de desrespeito, discriminação e humilhação contra os trabalhadores. Muitos deles vivendo, até, de forma semelhante aos regimes de escravidão. Isso mesmo, escravidão!


Importante também discutir-se a questão da desigualdade entre os gêneros. Estudos econômicos já provaram por "a + b" que, além de terem dupla jornada de trabalho (dentro e fora de casa), as mulheres ganham menos para ocupar os mesmos postos que os homens. As mulheres representam a maioria da população brasileira, estão, cada vez mais, ocupando cargos de chefia e poder dentro das empresas e, cada vez mais, sendo as principais mantenedoras do lar. A equiparação salarial é mais que uma necessidade. É um direito.


Em se tratando da terceira idade, o que posso dizer é que temos uma das melhores e mais avançadas legislações no que diz respeito à proteção e à promoção dos direitos dos idosos. Temos um bom leque de políticas estruturantes para atender às suas necessidades. Não no que diz respeito ao trabalho, no entanto. Quando se trata de oferecer oportunidades de emprego a esta parcela da população, o cenário, no Brasil, ainda é extremamente desigual e avança de forma muito lenta. Por puro preconceito. Negligenciar a experiência daqueles que ainda têm muito a colaborar para o crescimento do País é, no mínimo, sinal de atraso. Um atraso que o Brasil não pode mais bancar.


O legado de riqueza e prosperidade de uma Nação depende única e exclusivamente de seu povo trabalhador. Por isso, a luta deve ser sempre pela expansão de oportunidades para jovens, adultos e idosos. Isto, sim, é justiça social: trabalho e, por conseqüência, dinheiro no bolso do trabalhador.

5 comentários:

Patrícia Cáceres disse...

Nessa luta pela expansão de oportunidades, contamos com você!!!! Conte com seus seguidores que, assim como eu, acompanhamos e admiramos seu trabalho!!!!

Anônimo disse...

brilhante e verdadeiro o quadro apresentado pelo artigo. base de reflexão para todos os trabalhadores. parabéns

Anônimo disse...

...na parte do artigo do que precisa de avanços,não nos esqueçamos da prática nefats da exploração do trabalho infantil, ainda presente em rincões nem tão afastados dos grandes centros.

Cristiane Brasil disse...

Muito bem lembrado!
Grande abraço,
Cristiane Brasil

Aloísio Freitas disse...

Tem muita coisa a ser feita pro trabalhador e ainda tem gente querendo acabr com muuitos direitos.. a reforma previdenciáeria é um fantasma a assombrar o trabalhador...