sexta-feira, 22 de maio de 2009

Cidade partida

Difícil deixar de comentar um dos mais recentes casos de violência dentre os muitos que já fazem parte do cotidiano de qualquer grande cidade. Só que desta vez a vítima foi um menor aprendiz de bandido, que foi salvo pela polícia momentos antes de ser morto por outros traficantes.

O fato aconteceu na favela de Vila Aliança, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde 'olheiro' encarregado de alertar os companheiros da chegada de inimigos ou da polícia foi flagrado dormindo em 'serviço'. O vigia dorminhoco, menor de idade, foi julgado culpado pelo 'tribunal do tráfico', sendo econtrado por PMs - alertados por moradores - 'crucificado' em torre de energia, onde seria queimado vivo.

Independente do ato criminoso, o que gostaria de ressaltar é a crueldade e a barbárie que imperam nestes territórios, onde lei e justiça não passam de entes abstratos reais apenas nos discursos e promessas das autoridades, mas que não fazem parte da realidade dos moradores dessas regiões. O fato é que, pela justiça do tráfico, o medo garante a ordem.

Queiram ou não, o Rio é uma cidade partida, apesar do Estado tentar resgatar estes territórios com a experiência da ocupação policial permanente juntamente com ações sociais. Se vai dar certo ou não só o tempo dirá. Vai depender muito mais da visão política dos gestores que precisam enxergar que o problema da segurança pública é tão importante que não pode ser resolvido apenas pela polícia.

15 comentários:

Luiz Cordeiro disse...

Vi o noticiário no jornal e, na verdade perferia que deixassem pros traficantes mesmo, pois já já o aprendiz de bandido vai sair e se tronará professor, se sobreviver, é claro.

Anônimo disse...

Concordo que todos os governos só tratam a questão da violência somente como problema da polícia, esquecendo que em primeiro lugar deveria impor justiça. me refiro a impunidade reinante que serve como estímulo à crueldade dos bandidos. E aí, da mesma forma, a polícia acaba por agir da mesma forma e até mais violenta. Mesmo assim que a violência dos bandidos chegou a tal ponto, que só com muita repressão mesmo começaremos a inibí-los. Não tem jeito. Por outro aldo, a Justiça tem que condenar e chega de direitos dos presos. Aloísio Nunes, de Copacabana.

Anônimo disse...

coraçao de bandido e na sola do pé já dizia meu velho

Carlos Wilson disse...

nas favelas dominadas só impera a lei do dono. nao tem perdão não.

Oswaldo Ventura disse...

Tambem vi a reportagem e o que mais me cjhamou a atenção foi o depoimento do pm que salvou o bandido. ele disse que a missão dele era salvar, independente de ser bandido ou não. ninguém deu destaque a isto.

Marcos Cesar disse...

Cara Cristiane Brasil gostaria de colocar que estou desenvolvendo uma tese que coloca a favela como instrumento de controle social pelo sistema. Énquanto a população dessas periferias se preocupa com as carências, onde a violência toma conta, acaba por não questionar por mudanças verdadeiras, ou seja, mudança do sistema político.

ze das cove disse...

Nada vai adiantar enquanto o menor da favela tiver como único herói o traficante, dono de todo poder de vida e de morte.

Anônimo disse...

e isso ai ze das cove, q vivi em favela sabe quem manda

NELSON BEZERRA disse...

SO TEM UMA SAIDA PARA AS CRIANÇAS DA FAVELA: ESOLA INTEGRAL. COM OBRIGAÇÃO DOS PAIS E MANTER ELAS LA. OS CIEP ERAM PRA ISSO. NINGUEM MAIS SEGUIU O QUE O PROFESSOR DARCY RIBEIRO E O BRIZOLA LANÇARAM, OS CIEPS. SE TIVESSE CONTINUADO COM O PROJETO NAUN TINHA TANTO MARGINAL NAS FAVELAS.

Anônimo disse...

tinha q deixar ess fdp morre. vai se solto e vai continuar fazendo maudade

Anônimo disse...

essa é a única justiça que funciona.

Robson disse...

Do jeito que as favelas continuam crescendo, a cidade vai ficar partida até a favelização tomar conta de toda cidade

Anônimo disse...

esse tipo de violencia so vai parar quando não haver mais favelas

Antonio Augusto, da Gávea disse...

Só a justiça dos brutos prospera onde não há ordem nem esperança.

Noemi Maria, médica, moro em Jacarepaguá disse...

De um lado o morro do outro o asfalto. Mesmo que intelectuais queiram, haverá sempre estes dois lados, até que a política permita a integração da cidade, sem favelas.