Cristiane
Brasil diz ter ficado "surpresa" e "chocada" com resultado
de
pesquisa que
mostra percepção dos brasileiros sobre a mulher
A
Presidente Nacional do PTB Mulher, Cristiane Brasil, considerou “absurdo”,
“espantoso”, “revoltante” e extremamente preocupante o resultado de estudo do
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que revela que a maioria da
população brasileira acredita que “mulheres que usam roupas e mostram o corpo
merecem ser atacadas”. Para Cristiane Brasil, o fato de 65% dos entrevistados
pelo instituto terem concordado com esta afirmação causa espanto e tristeza,
principalmente por ser este dado revelador do atraso da população brasileira
tanto no combate à violência contra a mulher como na própria percepção do que a
mulher representa na sociedade.
“A
pesquisa do Ipea mostra que, lamentavelmente, em pleno século 21, e com tantos
avanços nas comunicações, o pensamento predominantemente machista da nossa
sociedade nos remete a épocas medievais. E o mais impressionante a se constatar
nesta pesquisa é que quase dois terços dos entrevistados pelo instituto eram
mulheres. Algo está muito errado na forma como estamos educando nossos filhos,
pois o machismo está entranhado até mesmo no subconsciente das mulheres. O
Estado, o poder público, está falhando nas políticas de combate à violência
contra a mulher e na conscientização sobre o mal da violência. Nós, pais e
mães, estamos falhando ao não provocar esta mudança de consciência dentro de
nossas casas, com nossos filhos. Os brasileiros precisam acordar e ver o
tamanho da responsabilidade que temos em mudar a cultura machista brasileira
que vê com naturalidade a violência contra a mulher, o feminicídio. Do
contrário, continuaremos a ser, todos nós, cúmplices dos milhares de
assassinatos, espancamentos e estupros sofridos por mulheres a cada ano neste
País”, disse Cristiane.
Batizado
de Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), o trabalho do Ipea se
baseou na entrevista de 3.810 pessoas, residentes em 212 municípios brasileiros
no período entre maio e junho de 2013. Além do resultado para a questão
“mulheres que usam roupas e mostram o corpo merecem ser atacadas”, outros
números se mostraram tão ou mais surpreendentes. Um deles, por exemplo, revela
que 58,5% dos entrevistados concordou com a afirmação de que “se mulheres
soubessem se comportar, haveria menos estupros”. Em outro ponto do estudo, 63%
disseram achar que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos
somente entre membros da família”. Além disso, 64% dos que foram ouvidos pelo
Ipea concordaram com a ideia de que “homens devem ser a cabeça do lar”.
Para
a Presidente do PTB Mulher, Cristiane Brasil, é necessário, mais do que nunca,
investir em educação e punir de forma exemplar os agressores, para diminuir a
violência contra a mulher.
“A
pesquisa mostra que a permissividade em relação à violência contra as mulheres
é um fenômeno generalizado, e o fato de continuar a ser praticada com tamanha
impunidade é indicador da incapacidade do Estado em cumprir plenamente o seu
dever de proteger as mulheres. Além de o poder público vir fracassando na
adoção de medidas tanto de combate à violência como de prestação de amparo às
vítimas de agressões, vemos como está arraigado nos cidadãos brasileiro as
antigas tradições, os costumes machistas e os estereótipos discriminatórios que
perpetuam a tentativa de se subjugar a mulher, expondo-a constantemente ao risco
de ser alvo de violência. Temos que nos unir, homens e mulheres, pais e mães,
filhos e filhas, para construirmos um futuro em que haja o máximo respeito à
igualdade de gênero e a proteção aos direitos humanos das mulheres”, finalizou
Cristiane Brasil.
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