Um novo tipo de exame de sangue pode prever se uma pessoa saudável irá desenvolver a
Doença de Alzheimer nos próximos três anos com até 90% de precisão. O teste
está sendo desenvolvido por pesquisadores norte-americanos na Nature Medicine.
Nos Estados Unidos, doenças decorrentes
do Mal de Alzheimer matam cerca de um terço da população acima de 75 anos.
Normalmente os idosos morrem por conta de doenças cardiovasculares ou
pneumonia, mas certidões de óbito nunca mencionam que o paciente sofria de Alzheimer e que isso poderia ter acarretado outras
patologias.
De acordo com outro estudo, publicado
na Neurology, 2566 pessoas foram com idade média e 78 anos foram submetidas a
testes anuais para determinar se sofriam algum grau de demência. Dessas, 559
que não sofriam de Alzheimer no início do estudo foram diagnosticadas
posteriormente. O período entre o diagnóstico e as mortes, em média, foi de quatro anos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 35 milhões de pessoas sofrem com a doença.
Esse número deve subir para 115 milhões até 2050, sem nenhuma perspectiva de
cura. “Biomarcadores da doença pré-clínica serão críticos para o
desenvolvimento da modificação da doença ou até mesmo terapias preventivas”,
informa a publicação.
Enquanto não há possibilidade de cura e
tratamentos preventivos, o teste ajudaria as famílias de pacientes a estarem
melhor preparadas caso o diagnóstico se confirme — ou até mesmo buscar
tratamentos para combater o avanço da doença.
“Nosso exame de sangue oferece o
potencial de identificar pessoas em risco de declínio cognitivo progressivo e
pode mudar a forma como os pacientes, suas famílias e os tratamentos médicos se
planejam e gerenciam a enfermidade”, dizem os estudiosos.
Busca pela cura
Um dos motivos pelos quais ainda não há
drogas para combater o Alzheimer está relacionado ao diagnóstico tardio da
doença. Se houver um diagnóstico precoce, existem mais chances de reverter ou
impedir a doença antes mesmo de ela acometer o paciente. O exame proposto pelos
estudiosos busca 10 assinaturas específicas de lipídios nas amostras de sangue
que aparentemente metabolizaram resíduos de membranas celulares do cérebro.